O rótulo é totalmente branco. No canto inferior esquerdo há a inscrição "ICARUS05 1537". Nada mais.
A garçonete da Goose Island North/Clybourne que estava servindo minha mesa, até então, servia as cervejas que eu pedia sem nada dizer. Quando, todavia, ela serviu essa Icarus, ela me olhou e fez uma cara de "aproveite esse momento especial". Ali eu já percebi o que estava por vir...
Aparência: servida no copo de conhaque, ela apresentou coloração marrom turva e espuma bege de média formação e duração, deixando marcas nas laterais do copo. Havia microssedimentos (um pó) escuro no fundo da garrafa.
Aroma: a primeira inalada foi impactante. A cerveja ainda estava gelada demais para o estilo e, mesmo assim, já exalava abundante e intenso aroma de "Chocolate do Padre" (amargo), além de castanhas, cravo, malte tostado, licor, madeira e um discreto frutado. Muita complexidade...
Sabor: seguindo o aroma, o sabor também se mostrou complexo e completo. Não senti falta de nada. Foi uma das raras cervejas que me passou a sensação de "não procure defeito, pois você não vai encontrar". E foi assim mesmo que aconteceu: eu tentava encontrar algum defeito, mas só achava virtudes.
Sensação: cerveja encorpada, com médio amargor e dulçor. Suavemente seca. Carbonatação média. O álcool está muito bem inserido, de forma que você percebe que ele está ali, porém aparentando muito menos que os 11%. Ela enche a boca, deixando sensações riquíssimas nos segundos seguintes, proporcionando, dessa forma, um final longo e complexo.
Conjunto: cerveja ímpar. Sua complexidade é digna de nota. Está entre as três melhores que já provei até hoje, ficando cabeça à cabeça com a Westvleteren 12 Abt.