Adoro quando as expectativas trazem um efeito positivo quando vou tomar alguma cerveja. Foi o que aconteceu com esta Amber Ale, que nunca me despertou muito interesse e acabou me pegando de surpresa. Esta Anderson Valley consegue trazer um perfil robusto dos maltes combinados a aromas mais frescos dos lúpulos, tipicamente americanos.
Quando servida no pint da própria cervejaria, revela sua coloração âmbar em tons alaranjados, com pouca translucidez. Seu creme se forma relativamente bem, exibindo coloração bege, uma boa persistência e uma consistência bem cremosa.
O aroma talvez seja o ponto forte da cerveja, com tons altamente maltados que me lembraram doce de leite e caramelo. O lúpulo não traz algo tão grosseiro como o esperado, e sim toquezinho frutado de laranja e grapefruit. Mais ao fundo, nota-se notas delicadas de maçã e panificação.
Na boca, revela-se delicada e adocicada, com notas dominantes de caramelo e o frutadinho de maçã, com o lúpulo trazendo uma suave citricidade e um amargor mais presente, que consegue cortar o marcante dulçor do início do gole. Graças ao seu caráter fresco e equilibrado, junto ao seu corpo leve, é uma cerveja fácil de beber aos montes. Possui uma textura amanteigada, talvez indicando presença de diacetil.
No geral é uma ótima cerveja, provavelmente a mais fácil de beber da Anderson Valley, graças a lupulagem presente, porém bem mais discreta do que nos outros rótulos dos americanos (vide sua IPA mega lupulada). Para quem quer conhecer a cervejaria, mas teme pela mão pesada dos americanos no lúpulo, essa seria uma ótima indicação.