Impressionante como todas as cervejas elaboradas pela Mikkeller tem uma qualidade muito acima da média. Não é a toa que são um dos que mais se destacam no cenário cervejeiro atual, principalmente quando se fala de novas cervejarias européias. A Big Worse é a linha de Barleywine dos dinamarqueses, que tem diversas edições experimentais maturadas em barris por onde já passaram diferentes bebidas. A que pude provar primeiramente (e com certeza a que me chamou mais atenção) foi a maturada em barril de vinho tinto. Não me arrependi.
Apresentou coloração âmbar, em tons avermelhados e pouca translucidez. Seu creme era bege, de formação boa, e surpreendentemente duradouro, marcando as laterais da taça, numa bela renda.
Mostrou-se extremamente complexa já no aroma, com a maturação bem evidente, remetendo aos aromas do vinho e da madeira. Há toques intensos dos maltes, lembrando chocolate e avelã. Ainda é possível sentir aromas de nozes e baunilha que encaixam perfeitamente. Por fim aromas adocicados e frutados de xarope e framboesa.
A doçura dos maltes é bem evidente no paladar, preenchendo a boca e combinando muito bem com os intensos tons frutados e vinificados. Para contrastar uma marcante sensação de adstringência e um rústico amadeirado. O álcool é evidente, aquecedor, mas não incomoda. Tem corpo robusto, viscoso e uma carbonatação mediana.
Barleywine virtuosa e complexa. Um dos meus estilos favoritos, em uma versão interessantíssima que combina aromas primários, secundários e terciários de maneira magistral.