Dubbel canadense de peso, cheia de complexidade e potência (tanto de sabores quanto alcoolicamente falando). Há sabores que nunca tinha percebido numa cerveja e talvez seja influência da minha memória olfativa curta, trazendo algumas coisas diferentes que experimentei nos últimos tempos.
O creme se forma em grande volume, apresentando uma cor bege, média densidade e boa persistência. A coloração do líquido é linda, avermelhada, quase marrom, vibrante e cheia de brilho, com uma boa translucidez.
Aroma se desprende com um pouco de dificuldade, mas traz notas harmoniosas e frutadas de cerejas, uvas-passas e licor de curaçau, chiclete de blueberry, damascos secos, combinadas a notas mais doces de mel, açúcar mascavo e caramelo. Há um condimentado um pouco contido no aroma, trazendo notas de anis e flores.
O paladar tem o mesmo caráter pouco intenso, mas bem equilibrado do aroma, mas trazendo notas um pouco diferentes. Há uma potência maior quando se trata de frutas secas, assim como as notas torradas de chocolate e algo que me lembrou xarope de cereja, que eu gostava tanto na infância, que me fingia de doente. Com potencia também vem as especiarias, novamente lembrando anis, mas com presença de pimenta do reino e gengibre. Um paladar curioso que senti também é o de refrigerante de cola, sensação que ainda é potencializada pela alta carbonatação. Apesar de ser uma Belgian Dubbel um pouco mais alcoólica, o álcool vem com muita sutileza, de maneira fina, mas com um corpo que podia ser um pouco mais denso para suportar todo esse álcool. O residual é curto, mas saboroso, deixando boas notas de doce e temperado, sugerindo xarope de mel e própolis.