O chope Vienna da Falke apresenta um bom equilíbrio entre as características do malte levemente torrado e das leveduras. Os aromas do fermento são bastante congruentes com os do chope pilsen, mas com a adição bem-vinda de um pouco de torrefação que, na minha opinião, corrige alguns dos excessos da versão clara. Na taça, mostra uma interessante coloração laranja-avermelhada e transparente, com bom creme. No aroma, bom equilíbrio entre o malte-caramelo, o diacetil (amanteigado/nata) e as notas frutadas de maçãs vermelhas, bastante intensas para uma lager. Isso se confirma no sabor, com a adição de notas de malte levemente torrado e, no final, de pão. Lúpulos pouco relevantes, tanto os de aroma quanto os de amargor. Destaco a boa harmonia e maciez de sabores e a riqueza e profundidade dos maltes do final adocicado de média duração, com pão, malte levemente torrado, caramelo e maçãs vermelhas. Doçura predominante com amargor suave como coadjuvante. A carbonatação relevante ajuda a equilibrar a doçura, mas poderia haver mais amargor. O corpo é médio e cremoso, o que dá ao chope uma boa maciez na textura, acompanhando o sabor. No conjunto, me agradou um pouco mais que o chope pilsner da marca, principalmente pela harmonia mais bem-afinada entre maltes e levedura (com o diacetil mais bem-inserido aqui). Se o lúpulo estivesse mais presente, o conjunto seria mais equilibrado e marcante, mas talvez perdesse um pouco de sua maciez característica. Uma Vienna lager bem diferente da 1906, o outro exemplar mais facilmente encontrado aqui no Brasil. Vale a pena provar.