Esta Bodebrown Verum (do latim, verdadeiro) Session Session Rye Pale Ale é do estilo Índia Pale Ale, sub-estilo American IPA, que caracteriza cervejas de alta fermentação, com bastante lúpulo, coloração até o cobre na paleta de cores e que se revelam intensas e refrescantes. Historicamente eram cervejas Pale Ale inglesas com uma graduação alcoólica e uma lupulagem maiores para que se conservassem durante as viagens rumo à colônia. As versões americanas para o estilo geralmente carregam ainda mais no lúpulo, dada a paixão pelo amargor da bela planta trepadeira. Apresentam-se ainda com boa carbonatação e com um corpo médio-leve, aromas cítricos e florais provenientes dos lúpulos americanos. Muitos rótulos passam pelo método dry-hopping para intensificar o aroma do lúpulo.
A Bodebrown Verum Session Rye Pale Ale foi lançada no ‘Mondial de La Bière’ em novembro de 2013 no Rio de Janeiro; leva na receita uma levedura da Califórnia conhecida como ‘White Labs Chico Yeast’, uma mistura de malte de cevada e malte de centeio, variedades de lúpulos aromáticos Galaxy, Mandarin e Nelson Sauvin, além de passar por um duplo(!) dry hopping. Pode-se dizer que se trata de uma session beer (suave, refrescante, baixos corpo e teor alcoólico, mediano amargor e alta palatabilidade – permite degustação em abundância).
É produzida pela Cervejaria-Escola Bodebrown, localizada na cidade de Curitiba/PR. Na expressão criada pelo compositor João Lopes é "Bicho do Paraná" assim como este simplório apreciador. A cervejaria, cria do descabelado pernambucano Samuel Cavalcanti, surgiu em 2009 e já recebeu prémios de alto gabarito no "Australian International Beer Awards" e no "Mondial de La Biére" (Canadá - 2011 e 2012). No portfólio de cervejas estão joias como a Perigosa (ex-venenosa), a Bodebrown do Amor (fruit beer com amoras), a Wee Heavy, a Blanche de Curitiba, a Cara Preta, a Black Rye IPA e a tão aguardada 4 Blés (4 trigos em francês - tipo abadia, com levedura canadense, damasco, tâmaras e chips de carvalho.
Lote 01 - validade abril/2015. A garrafa é de 500 ml, cor marrom e tampa prateada. O rótulo se apresenta na cor preta, ponteado por letras góticas brancas com os dizeres ‘Verum Session’. Também estão lá ‘Bodebrown’ e ‘Cerveja leve tipo Rye Pale Ale’, bem como a figura estilizada de um bode – símbolo da cervejaria. Vislumbra-se ainda na lateral do rótulo as impressões sensoriais, ingredientes e graduação alcoólica (ABV 3,8%).
Vertida na taça revelou um líquido de coloração âmbar, com mediana turbidez, que ostentou espuma branca de razoável formação, boa cremosidade, mas de manutenção reduzida e com algumas poucas marcas pelas laterais da taça. Perlage (bolhas) perceptível.
O aroma se revela bastante agradável e a combinação de variedades de lúpulos aromáticos e para amargor que apresentam níveis altos de ácido alfa são o cartão de visitas desta breja. Foram percebidas notas de malte caramelo, mel, panificação e um indiscutível festival de lúpulos com percepções herbais e cítricas (laranja e maracujá). O álcool não se percebe no olfato.
No paladar o líquido se apresenta com uma textura aveludada e com ótimo equilíbrio malte/lúpulo. Inicialmente há um característico adocicado de malte caramelizado, seguido de mel e pão; na sequencia assoma-se à boca uma mediana carga de lúpulos (IBU 21) de caráter cítrico, frutado e herbal. O final é mediamente amargo e seco e o retrogosto é agridoce, levemente adstringente e persistente. O álcool de ABV 3,8% é discretíssimo. O corpo é médio-baixo e a carbonatação é média. A palatabilidade (drinkability) é ótima, bebe-se fácil!
Degustação prazerosa, eis que fruto de um conjunto com bom equilíbrio, elevada refrescância e amargor na medida. Mais uma grata criação da Bodebrown.
