Paladar: tabaco, defumado, torrado, caramelo, doce-de-leite, ameixa, lúpulo (herbal), leve licorosidade, médio amargor, corpo alto, aveludada, baixa carbonatação. Complexa. Fim longo, amargo e defumado. Retrogosto defumado.
Já tive a felicidade de experimentar quase todas as cervejas da Jambreiro, faltando apenas sua Barley Wine, ainda inédita a minha humilde apreciação, e posso de antemão afirmar que todas as cervejas têm uma identidade própria, pois ao bebê-las você sabe que está tomando uma Jambreiro, seja qual delas estiver no copo. Diria que elas possuem alma, e esta é a alma do cervejeiro! E mesmo essa última criação, com toda complexidade de aromas e sabores que apresenta, continua a apresentar a mesma identidade Jambreiro de sempre, o que é ótimo, funcionando quase como um padrão de qualidade! Com uma forte sensação de tabaco do início ao fim, mantendo-se até no retrogosto, parecia que tinha acabado de tragar um charuto! Altas notas acarvalhadas, defumadas e envelhecidas, mas muito bem inseridas, a fim de não tornar a cerveja pesada, ao contrário, ela mostra-se extremamente aveludada, preenchendo toda a boca. O teor elevado passa batido, mais sentido, embora levemente, no aroma conforme a cerveja vai esquentando no copo. Nem menciono todo o cuidado na embalagem, o padrão da rotulagem, e o “mimo” da barrinha de doce-de-leite (as meninas acharão tudo isso muito fofo!). Também nem menciono a perfeita harmonização da citada barrinha com a cerveja, um casamento de gala! Uma cerveja pra beber hoje, amanhã e com potencial para ser guardada e apreciada daqui uns anos. Para ser tomada só, acompanhado e para presentear terceiros. E a maior prova que ela nos fornece para confirmar o espetáculo de cerveja que é, é a tristeza que causa no degustador quando o líquido da garrafa começa a esvair-se. Na Fantástica Fábrica de Chocolate do mundo cervejeiro, a Jambreiro Cerevisiae Lundii seria a bala que não acaba nunca.