Essa breja foi uma surpresa inesperada. Ficou um tempão na minha geladeira, pois, por causa da alta graduação alcoólica, estava desanimada de bebê-la nesse calor de Campinas. Mas, num domingo nublado, à hora do almoço, depois de um sábado de eternas chatices, sem nada além das BCBs do mercado da esquina para me consolar, ela foi como um milagre sensorial que caiu em meio aos meus desejos de devassidões cervejísticas. A cor é bela, sem quase nada de vermelho, contudo. Marrom escuro, cor de café um pouco aguado. Na luz, nuances de bordô. Aroma muito aprazível. Remete a vinho do porto, a um misto de ameixas secas e frescas. O sabor, por causa da torra do malte, lembra um pouquinho uma stout, mas sem nada do gosto de pão queimado da Baden deste estilo. O amargor, aliás, é de extrema agradabilidade, perpetua-se na boca deliciosa e juntamente com um leve salgado. O álcool não me pareceu tão pronunciado e a drinkability foi até que razoável (ou será que foi por que passei o fim de semana no suquinho do fruta?). Seca, marcante, com o retrogosto prosseguindo o aroma de vinho do porto. Um soco no estômago no bom sentido. Ai... ai... Santa Red Ale esquecida no fundo da geladeira!!!!