Cor acobreada com certa translucidez. Espuma de baixa formação, esparsa e pouco persistente.
Aroma prioritariamente composto por notas frutadas (cereja, ameixa e maçã), com toques de caramelo, madeira molhada e nota animal (Brett), além de insinuações de chocolate e baunilha advindos da madeira.
Sabor com acidez intensa, dulçor frutado e toques acéticos sutis, com final efervescente, seco e ácido, e retrogosto adstringente. Enquanto a adstringência estava presente nas bochechas, a ponta da língua ainda sentia a vivacidade da acidez, sensação de boca muito interessante. Leve, refrescante e bem carbonatada.
Não julgo que o drinkability dessa Flanders Red seja dos melhores comparativamente a outros rótulos do estilo disponíveis no Brasil (Rodenbach Grand Cru, Duchesse de Bourgogne) devido à acidez mais proeminente, dando a impressão de menos equilíbrio entre a acidez e os dulçores residuais frutado e de caramelo. Talvez isso aconteça em virtude de ser um rótulo com cerveja 100% maturada por pelo menos 18 meses, enquanto as duas clássicas citadas acima são resultado de blendagens para o equilíbrio desejado, que de fato faz muita diferença no paladar. Somado a isso, a pegada funky do Brett estava em alta nessa garrafa. Para mim, não desagradou, até gostei, mas essa complexidade não facilita a degustação para muitos. Flanders Red Ale de ótima execução.