Agora compreendo a quase unanimidade em torno desta cerveja, simples mas cheia de predicados. Trata-se de uma cerveja belga, estilo belgian dark strong ale, produzida para comemoração da Páscoa.
O rótulo é uma pequena obra de arte que merece admiração. Vertida na taça revelou uma coloração rubi, não turva, não translúcida, com espuma marrom clara, espessa, aerada, de longa duração, formando elevações e deixando rendas nas laterais. Perlage (bolhas) quase inexistente.
O aroma é excelente, permitindo senti-lo a um metro de distância, sem exagero, talvez por degustá-la após apenas uma hora de galadeira; percebi notas de café, algo amadeirado, malte tostado, caramelo e o álcool também é bem perceptível no aroma.
O sabor é demais, ótimo, excelente, tudo de bom! De tão complexo não poderia avaliá-lo sem consultar as outras avaliações, sem contudo plagiá-las, para conseguir espancar as dúvidas sobre o que seriam este e aquele gosto mais obscuro. No início se apresenta frutado (talvez banana, mas que não consigo definir com exatidão), maltado, enfim licoroso e adocicado. Na sequência, como bem colocado pelos colegas, há especiarias e um certo amargor extremamente fugaz. O final é seco, doce e longo. A carbonatação é alta e há uma agradável adstringência, certamente em razão do líquido aveludado. O corpo é robusto, forte e encorpado. O álcool é extremamente presente mas excepcionalmente bem inserido e não agride o paladar.
O conjunto é impecável, equilibrado e a breja merece INÚMERAS outras degustações. Esta que degustei estava vencida desde fevereiro/2012, certamente tendo sido feita para a Páscoa de 2011. No futuro quero degustar uma mais fresca e guardar outra por uns dois anos, como fez o Pedro Bianchi.