A James Squire Amber Ale, traz um visual típico do estilo. Sua coloração é castanha, âmbar, acobreada. Seu aspecto é denso, mas traz bastante efervescência aparente e nenhum sedimento em suspensão. Forma uma camada tímida, pouco espessa, de creme claro, mas com baixa permanência, assentando com rapidez. Repousa pouco lacing nas laterais.
Seu aroma é essencialmente maltado, notavelmente tostado, levemente adocicado e picante, desgarrando com facilidade. Podem ser percebidas notas de malte caramelo, cereal, pão, mel, toffee, torrado/amadeirado, castanhas, frutado sutil de tâmaras/damascos e um notável e presente lúpulo floral. Conjunto bem saboroso, com complexidade ideal para o que se propõe. Buquê limpo, com um pouquinho de off-flavor de papelão/oxidação.
Na boca, ela deixa o malte doce um pouquinho de lado e se mostra seca e tostada logo no início. Pouco depois, a doçura maltada se recompõe e aparece mais, mas executa papel apenas coadjuvante, se adensando só lá pelo final do gole. Ainda assim, é possível afirmar que é um paladar bastante equilibrado. Sutis notas de frutas secas (tâmaras e damascos, como no aroma), ameixas, levedura e grão/cereal permeiam os sabores encontrados. Retrogosto ainda frutado seco, duradouro, remetendo a madeira, cereal e castanhas, com sensível adstringência e sensação de fermento. Corpo leve, com ligeira sedosidade. A carbonatação é média/alta e confere bastante crocância, um pouco destoante. O álcool é muitíssimo bem inserido e em nada compromete. Boa drinkability, pois é um rótulo equilibrado, que não enjoa e que mostra a boa qualidade dos maltes envolvidos.
Essa James Squire Amber Ale me agradou bastante, até porque eu não tinha grandes expectativas. Ela é totalmente adequada para o estilo, muitíssimo saborosa em malte, sem amargor resinoso e/ou destoante. A doçura, inclusive, não chega a fazer falta, pelo contrário, achei o gole muito equilibrado. Talvez falte mais complexidade ou mais intensidade, todavia recomendo. É um belo rótulo, um pouco acima da média.