A expectativa é uma coisa chata de se lidar. Sempre fui fã dos rótulos Franziskaner, especialmente da Dunkelweizen. Contudo, a Kristall-Klar ficou, na minha opinião, bem abaixo dos demais. Explico.
A sua cor, devido à filtragem, assemelhou-se muitíssimo a uma standard lager, translúcida e com creme branco de pouca duração. Tudo revelando um corpo baixo que, de fato, ela tem. Até aí, ok. Afinal, é justamente para isso que ela é filtrada.
Contudo, a retirada das leveduras a fez perder demais os aromas tão característicos das weizen, sejam claras ou escuras, a ponto de o aroma principal tenha sido o lúpulo que, aliás, nem é tanto. Óbvio é que tem também os clássicos aromas frutados lá, se você procurar... mas só se você procurar.
No gosto a sensação já antevista no aroma se confirma. Mais lager do que ale. Mais do que isso, uma lager muito carbonatada que mata o gosto na língua, perdendo as nuanças, parencendo refrigerante, pois o gosto se nivela por baixo.
Um pouco mais aquecida no copo os aromas revelam-se um pouco mais.
O mea culpa fica de saber que o projeto das Kristall Weizen é justamente ganhar drinkability, eliminando corpo. Nisso não há do que reclamar. Bebe-se litros dela sem saciar. Mas de tantas outras pode-se fazer o mesmo, na minha opinião, sem se gastar tanto.
Pois é, Diego Mattos, acho que no afã de fazerem uma weizen com drinkability, exageraram na leveza e descaracterizou-a. Está mais para uma Helles, com essência de lúpulo ou, mesmo, uma brahma weiss melhorada.
Fiquei um pouco "decepcionado" com a cerveja que degustei no reveillon, pois não parecia uma weizen na essência.