Eu chegava de uma saudável caminhada noturna de quatro quilômetros e meio e resolvi parar para tomar uma cervejinha amistosa antes de ir pra casa.
Tinham me falado dessa tal de Xingu, daí, como era só uma long neck, eu abri uma garrafa. Achei ela pouco cheirosa, mas com uma espuma bonita, sólida, escurecida e persistente. Ficou um pouco mais de meio dedo de colarinho por cima do preparado quase preto que é a cerva em si. Dei mais respirada no bafo frio da mardita e, dessa vez, percebi algo meio frutado - mas não pude precisar os pomares.
A beiçada foi refrescante (tinham me recomendado essa cerva pra depois de qualquer atividade física) justamente como prometido. Tem um índio no rótulo, mas não me veio nada da Amazônia quando saboreei ela, só um gosto meio disfarçado de chocolate e os conservantes que se ressaltam quando ela já tá quase se escapando toda pela garganta. Os químicos broxam a coitada. Captei certas essências, sabores sutis que não afloraram por causa das porcarias que botaram nela. Ela não é enjoativa, mas saber disso ajudou bastante a determinar o conjunto da coisa toda.
É uma boa cevinha, se gastar grana nela, fora não vai. Mas, contudo, só faz acompanhar outros cascos.
Coloração bem escura, quase preto. Espuma bege de média duração. Aroma suave de malte torrado. Sabor também suave de malte torrado com um leve dulçor. Boa cerveja.