Bruno Pontalti escreveu: Pelo que eu entendi, as cervejarias que já estavam na pauta terão um redução de impostos, e as que não estavam (a maioria) terão um aumento, o aumento é grande, acho muito dificil alguem não repassar isso pro consumidor
De forma bem simplificada, o que ocorre é que a tributação sobre cervejas no Brasil é calculada com base no preço de prateleira do produto (quanto mais cara custa para o consumidor, maior é o imposto arrecadado), mas é cobrada diretamente do produtor (e não do revendedor) por substituição tributária, a partir do preço médio de mercado que é pesquisado e tabelado (colocado "na pauta"). O que acontecia, na prática, é que algumas cervejarias eram incluídas na pauta e tinham seus preços tabelados, de modo que seus produtos tinham tributos calculados corretamente, enquanto a maior parte das cervejarias passava invisível "sob o radar" tributário, e suas cervejas eram tributadas como se custassem bem menos do que realmente custam - consequentemente, elas pagavam menos impostos, proporcionalmente. É como se as pequenas estivessem pagando a porcentagem que pagariam se a cerveja delas custasse tanto quanto uma Heineken.
O que acontecerá agora é que a mesma regra valerá para todas as cervejarias. O cálculo terá uma porcentagem menor do que antes (por isso, beneficiará as que estavam pautadas), mas vai se aplicar a todas, e não apenas a algumas grandes que "deram o azar" de estarem na pauta. Na prática, é uma redução de impostos acompanhada de uma fiscalização mais abrangente.
Por favor, alguém me corrija se não for isso o que está acontecendo.
O que isso significa na prática, para mim como consumidor, é que eu continuarei privilegiando as cervejarias com políticas de preço mais atraentes ao consumidor. Há a expectativa de que o preço de algumas (como Colorado, por exemplo) não aumente, ou até diminua. É nelas que eu continuarei "votando com o meu dólar". Acho que as pequenas teriam de ter previsto, em seus planos de negócios, a aplicação correta da tributação vigente.