Ceské Budejovice, República Checa.
Naquela manhã meio cinzenta em que cheguei à Ceské Budejovice, cidade localizada no sul da República Checa, ainda não estava preparado para o que viria. Foi graças ao GPS do meu carro alugado que alcancei a lendária Budejovický Mestanský Pivovar, cervejaria mais antiga da região — e olhe que estamos falando de uma parte do mundo profícua em brejas nobres e famosas, como a Budweiser Budvar, da qual falarei noutro post. Por aqui sua deliciosa cerveja nos chega com o nome de 1795, alusivo ao ano de fundação da cervejaria, e é referência mundial quando se fala no estilo Bohemian Pilsner.
A cervejaria não possui esquema regular de visitações, pelo que e a minha visita (exclusiva!) havia sido negociada alguns dias antes por intermédio e gentileza da Bier & Wein Importadora, que traz a breja ao Brasil — à qual aproveito pra agradecer neste post.
Hospitalidade checa com certeza
E por falar em gentileza, na República Checa ela atende pelo nome de Veronika Havlíková, tem cerca de um metro e sessenta de altura, mas é uma gigante em simpatia e hospitalidade. Gerente de vendas para o exterior da Budejovický Mestanský Pivovar, encontrei-a logo na guarita de entrada da cervejaria colando — a mão — rótulos de 1795 em garrafas da breja. Após as apresentações iniciais, Veronika quis me passar o presente: Uma caixa inteira de 1795, a qual tive que educadamente agradecer mas recusar, não sem pungente dor no coração, dada a falta crônica de espaço no meu pequeno Toyota Yaris. Não deu certo. Minha recusa ao regalo, talvez por ter sido feita de forma pouco convincente (eu tentei, juro!), foi negada e tive de arranjar mesmo um espaço cervejeiro no carrinho japonês…
Não obstante, quis saber do motivo da rotulagem feita a mão, no que Veronika explicou que, na República Checa, a mesma cerveja 1795 é rotulada com o nome de Budweiser Bier, por sinal praticamente homônima à mais conhecida Budweiser Budvar. O termo quer dizer “cerveja de Budvar”, que é o nome alemão para Ceské Budejovice. Ambas as “cervejas de Budvar” convivem pacificamente dentro do país com nomes quase idênticos — embora os rótulos sejam bem diferentes –, mas um acordo selado entre elas define que, fora de lá, a cerveja da Mestanský seja comercializada com outro nome (1795).
Passeando pela cervejaria
Eu e Veronika passeamos um par de horas pela cervejaria, mas o ponto alto foi a sala de malteação, no subsolo. a Mestanský é uma das poucas cervejarias “grandes” na República Checa a ainda manter em suas dependências uma maltaria, onde os grãos de cevada comprados de selecionados agricultores do sul da Boêmia, germinados e secos, transformam-se em malte cervejeiro. A caneca de 1795 — ou “B.B.” — tirada do tanque de refermentação, não filtrada e não pasteurizada, degustada junto com Veronika, foi o fecho dourado da visita.
Todavia, como em tudo no mundo, melhor que palavras são imagens. Confira logo aí embaixo algumas fotos que consegui dentro da Budejovický Mestanský Pivovar e viaje comigo!
Leave a Reply
You must be logged in to post a comment.