A frase desalentadora acima foi dita ao BREJAS por Alexandre Bazzo, proprietário da Cervejaria Bamberg. Ele se refere à mudança anunciada pelo governo na cobrança do IPI (imposto sobre produtos industrializados) que entrará em vigor ao raiar de 2009, atingindo os produtores das chamadas “bebidas frias” (cervejas e refrigerantes). No novo sistema de tributação, as bebidas mais baratas poderão pagar menos imposto, enquanto as mais caras sofrerão reajustes de até 15% (entenda o assunto AQUI).
“A lei só favorece quem produz cerveja barata, isso é, de baixa qualidade”, explica Bazzo. Ele tem razão. A situação das microcervejarias foi ignorada pela nova sistemática. Quem degusta cervejas especiais sabe que, na grande maioria dos casos, o grande diferencial do setor está na matéria-prima diferenciada — e muitas vezes importada — além de processos de maturação mais longos, possibilitando aos cervejeiros produzir brejas com qualidade imensamente superior às “de mercado” das grandes marcas. As “macro” são, ainda, agraciadas com uma série de incentivos fiscais, ao contrário das micro, o que desequilibra injustamente a batalha.
Segundo o empresário, a mudança é um “balde de água fria”, justamente num momento em que a cultura cervejeira patropi vinha crescendo substancialmente. Bazzo afirma que não substituirá seus insumos nem alterará seus métodos de produção. “Enquanto tiver gente querendo comprar cerveja elaborada com o maior cuidado possível, não vai ter lei, imposto ou alta do dólar que me impeça de levantar cedo pra trabalhar”, desabafa o produtor.
Enquanto comemora o aumento da arrecadação, o governo “garante” que não haverá repasse dos preços ao consumidor. Ah, bom…
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