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Sabe aquela cerveja com viés artesanal que você beberia a tarde toda em uma confraternização com amigos, num churrasco ou mesmo sozinho sem que pra isso você não precisasse abraçar o cheque especial? Daquelas que a qualidade não impressiona, mas que também não ofende? Pois é. Até alguns anos atrás eu diria que a única que enquadraria neste range era alguma Eisenbahn.
Entretanto, o mercado como um todo cresceu e a Eisenbhan não acompanhou as expectativas dos consumidores (principalmente depois de sua aquisição pela Schin e posteriormente pela Brasil Kirin). Ficando estagnada com o seu portfólio que já passa dos 10 anos de idade sem praticamente nenhum lançamento relevante. Ou seja, ao passo que mais pessoas começaram a desbravar o mundo das artesanais mais cobranças por cervejas acessíveis ($$$) e de qualidade aceitável se tornaram praticamente uma unanimidade na cena cervejeira.
Contudo, por diferentes razões (investimentos tímidos, sistema tributário, atravessadores, margens questionáveis de cervejarias que produzem para ciganas e também de PDVs etc) esse vácuo teimava em existir. Porém tudo indica que tal cenário começou a passar por uma mudança. Recentemente chegaram ao mercado algumas cervejas artesanais que custam abaixo de R$ 10 e que entregam um conjunto sensorial bem honesto. Destaques para a brasileira Maniacs IPA (comercializada como Session IPA mas que na verdade é uma APA) e a sueca Pistonhead Flat Tire.
Foto: Divulgação
E como a Maniacs vem conseguindo trabalhar sua cervejas de entrada com preços tão agressivos? Algumas das explicações passam pela escala de produção – enquanto a maioria das pequenas cervejarias (especialmente as ciganas) produzem bateladas de 2 mil litros, a Maniacs começou com 25 mil – e também pelo fato deles contarem como uma rede de distribuição própria.
Resumindo: se mantiverem a consistência e os preços, certamente essas cervejas terão espaço cativo nos copos de grande parte do mercado cervejeiro. E naturalmente abrirão caminho para outras cervejarias que adotarão estratégias parecidas. Além disso, é bom frisar que o mercado brasileiro tem espaço para quase todas as propostas. Para finalizar: ao menos que você seja o Guilherme Tosi (o cara que toma mais Rizoma do que Omeprazol :o) ), ter algumas brejas mais em conta pra substituir a Heineken velha de guerra nos churras da vida, me parece algo animador, não é mesmo?
FiL CruX
Beer Sommelier ávido por cervejas *A+* . É também um apreciador de música extrema e colecionador de miniatura de carros da PSA.
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