Quem conhece o mineiro Marco Falcone, um dos proprietários da microcervejaria Falke Bier, tem de concordar que se trata de uma das pessoas mais simpáticas do meio cervejeiro. O trato pessoal é alegre, o papo é descontraído e as idéias fluem com a velocidade de uma torrente. Falcone é daqueles “malucos do bem” que desenham a cada dia o cenário das cervejas artesanais do país, a despeito de todas as dificuldades que o setor atualmente enfrenta. Sem dúvida, é um idealista.
No ano passado, BREJAS foi convidado a participar da degustação da primeira brassagem da Falke India Pale Ale, um protótipo ainda sem fórmula e rótulo definitivos, então mais uma idéia do profícuo Falcone (veja AQUI a matéria). A breja, em nova receita e embalagem, virou a Estrada Real IPA, a qual se junta a outro lançamento da microcervejaria, a schwarzbier Ouro Preto. Degustamos ambos os lançamentos, no que seguem nossas impressões, bastando clicar no nome das brejas para ver suas notas no Ranking:
- ESTRADA REAL IPA FALKE BIER – Idealizada em parceria com o Instituto Estrada Real, entidade criada para incentivar o potencial turístico dessa região mineira, a coloração da breja é âmbar e o creme é branco, consistente e persistente. No aroma, além do lúpulo herbal típico do estilo, sobressai a levedura. O lúpulo é mais evidente no sabor, deixando também a sugestão de biscoito. O corpo é suave, e o final é seco e amargo, pedindo novos goles. No geral, deixou a impressão de uma india pale ale um tantinho mais suave que outras disponíveis no mercado, embora seja uma grande cerveja.
- FALKE BIER OURO PRETO – Em nossa opinião, a verdadeira surpresa da dupla de novidades. O prazer dessa schwarzbier já começa na apresentação, cujo rótulo emula a silhueta de uma igreja da cidade mineira. A coloração é negra aveludada, e o creme bege é denso e consistente. O aroma se volatiza aos poucos enquanto a breja vai esquentando no copo, revelando malte tostado, pão de centeio e levedura. No sabor, a cerveja explode em sensações de chocolate amargo, café e tostado soberbamente equilibrados. O final é longo, levemente tostado e amargo, com o predomínio do café, premiando uma excelente drinkability. Uma breja não menos do que ótima, dentro do estilo proposto.
Excelentes cervejas, de uma excelente cervejaria, capitaneada por uma excelente figura humana. O que mais nós, degustadores, poderíamos desejar?
Leave a Reply
You must be logged in to post a comment.