Há tempos afastados da publicidade, os sempre polêmicos testes cegos voltaram à TV na noite desta sexta-feira, 13, quando estreou a nova campanha criada pela Fischer+Fala para a Kaiser. A primeira peça veiculada foi um comercial de um minuto no intervalo do Jornal Nacional, da Rede Globo.
A estratégia é baseada em pesquisa realizada pelo Datafolha e auditada pela Ernst & Young com 2.560 consumidores de cervejas em nove capitais brasileiras: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Eles participaram do teste cego – anunciado pela Kaiser como o maior já feito no país. Cinco marcas foram provadas.
Empate Técnico
No comercial, diante das garrafas de todas as concorrentes, o ator Humberto Martins anuncia o resultado: Kaiser em primeiro, com 20,1%, seguida por Skol (19,8%), Brahma (19,7%), Antarctica (19,4%) e Nova Schin (18,6%). “Estatisticamente, empate técnico”, ironiza o ator. “Essa Kaiser é, definitivamente, uma das cervejas mais gostosas do Brasil. Compare!”, convida ele antes da assinatura final: “Kaiser, essa é gostosa”.
O filme mostra ainda, em cenas reais, a surpresa de alguns entrevistados ao saberem que a cerveja que preferiram era a Kaiser. “Não acredito!” – diz um deles. O ator ressalta que muitas pessoas se surpreendem ao comparar Kaiser com sua cerveja preferida. A produção do comercial foi feita pela Delicatessen Filmes, com direção de cena de Gustavo Leme.
Em 2003, quando a Fischer atendia a conta da Nova Schin, a marca se envolveu em uma batalha com a AmBev ao veicular um comercial chamado “Teste cego”. O filme mostrava as principais marcas de cerveja e um ator encarregado de testá-las. Mas ele só provava a Nova Schin, sugerindo que não havia necessidade de comparação com as outras.
A peça foi questionada pela AmBev no Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) e acabou sendo retirado do ar após liminar da justiça. Nova Schin e Fischer preparavam uma versão “B”, na qual os rótulos das cervejas concorrentes apareciam encobertos. Mas o segundo comercial também acabou suspenso pela justiça.
A AmBev veiculou, na mesma época, o filme “Teste surdo”, criado pela AlmapBBDO para Antarctica, ironizando a campanha “Experimenta”, desenvolvida pela Fischer para o lançamento da Nova Schin. No comercial da Antarctica, um personagem tapava os ouvidos para abafar o coro “Experimenta! Experimenta!” – repetido nas peças da Nova Schin. Após o locutor dizer que existia “muito barulho no mercado de cerveja”, o protagonista provava a Antarctica e demonstrava sua preferência pela marca.
O site
A agência Diretta Web produziu um site para o teste cego que explica, de maneira racional, a metodologia nele utilizada.
AmBev deverá recorrer à Justiça
A Ambev não gostou nada do último comercial da Kaiser, criado pela Fischer+Fala e veiculado desde a última sexta-feira, 13, em que o ator Humberto Martins apresenta o resultado de um teste cego, encomendado pela Femsa ao Datafolha com auditoria da Ernst & Young, em que a marca Kaiser se destaca na comparação com Skol, Brahma, Antarctica e Nova Schin.
Procurada por M&M Online, a multinacional afirma que “tomará as medidas cabíveis” contra a campanha, a exemplo do que aconteceu em 2006 quando conseguiu na Justiça tirar do ar o “Desafio Kaiser”, um outro teste cego promovido pela Femsa, realizado na ocasião pelo Ibope com auditoria da BDO Trevisan. O argumento da Ambev era de que “a campanha não esclareceria suficientemente quais as marcas de cerveja que estariam na disputa”.
O gerente de marketing da Kaiser e da Femsa do Brasil, Marcelo Liberado, disse à reportagem que já esperava a reação do maior concorrente mas que desta vez todos os dados da pesquisa estão disponibilizados no hotsite de forma que os argumentos usados pela Ambev em 2006 não tenham a mesma relevância desta vez.
Liberado conta que participaram deste último teste 2,5 mil consumidores de todo País, inclusive de praças onde a cerveja não distribuiu como no Rio de Janeiro, onde há grande rejeição à marca. Os testes foram realizados com a bebida servida a 5º, sem rótulos.
“Deu empate técnico nos dados estatísticos, mas na preferência a Kaiser teve poucos pontos acima. Ou seja, foi bem avaliada. Nosso objetivo foi testar nosso produto sem a influência do rótulo para comprovar a boa qualidade e aceitação do nosso produto”, disse Liberado. A Nova Schin, também procurada, ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Fonte: M&M Online
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