Boteco, baixa gastronomia, bate-papo e loiras geladas. Extremamente geladas, por sinal. O garçom traz a breja, você vai servir no copo do pessoal e tudo o que sai dela é uma massa meio nojenta, uma espécie de raspadinha de cerveja. Teu amigo de infância não perde a deixa e te “ensina” a lição que você, botequeiro que é, já deveria saber de cor: não pode pegar pelo meio da garrafa gelada, e sim pelo gargalo. O fenômeno possui, porém, um nome científico: superfusão.
Isso ocorre porque a breja recebe em sua fabricação a adição de gás carbônico (CO2), que aumenta a pressão dentro da garrafa. A pressão e as baixas temperaturas fazem com que uma quantidade maior de gás carbônico permaneça no líquido. Em certas temperaturas pouco abaixo de zero graus Celsius, essa mistura encontra-se em estado bastante instável (em sobrefusão), em que uma pequena alteração na temperatura basta para congelá-la.
Quando seguramos a garrafa pelo meio, causamos um desequilíbrio em seu interior, O calor de nossas mãos faz com que mais gás carbônico dissolvido na cerveja passe do estado líquido para o estado gasoso, sendo liberado. Isso reduz ainda mais a temperatura do líquido, que acaba congelando. Quando, porém, seguramos a garrafa pelo gargalo, a alteração é mínima e a cerveja permanece líquida.
De qualquer forma, lembre-se sempre que, segundo as palavras de um mestre-cervejeiro nosso amigo, “cerveja estupidamente gelada é coisa de estúpidos!”. Isso porque, abaixo de 2 graus Celsius, qualquer líquido causa o amortecimento das nossas papilas gustativas, fator que nos impedirá de sentir o gosto da breja.
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SAIBA MAIS!
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