A foto acima é da Oktoberfest de 1992. Este escriba é o rapaz de chapéu e short curto. Não riam. No começo da década passada, era esse o comprimento usual das bermudas de um homem heterossexual. Lembrem-se que estávamos recém-saídos da década de 80, conhecida pela sua breguice indumentária.
Seja como for, a imagem dá uma ideia da nossa relação com o sexo feminino durante a festa. Naquela época, pra se conquistar os beijos de uma menina, era necessário, veja só, conversar com ela! E uma conversa minimamente inteligível, com começo, meio e fim, sem titubeios e sem enrolar a língua.
Ocorre que um dos efeitos do álcool em excesso, além da euforia, é justamente a língua enrolada. Em linhas gerais, não havia entre nossa confraria etílica McFly membros que, durante a festa, estivessem em condições de entabular um diálogo coeso.
Lembro-me que até tentei o alemão, idioma do qual só sei falar bier, prosit e danke. Pelas graças de alguém de quem não me lembro, aprendi que “eu te amo” em alemão era ich liebe dich. Tratei então de praticar meu novíssimo vocabulário germânico com a primeira lourinha sestrosa que me passou à frente num dos pavilhões: Ich liebe dich!
O resultado foi terrivelmente constrangedor. A menina, certamente moradora de alguma cidade do Sul, desembestou a falar comigo em alemão, esperando que eu a entendesse. A decência e a honradez fizeram com que eu sumisse a jato da frente da lourinha. Até hoje me flagro a imaginar o que se passou na cabecinha da pobre.
Aprendi a lição e jamais ousei tentar meu vasto léxico germânico com quem quer que fosse. Goethe que me perdoe!
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Hoje, 18/10, é o último dia da Oktoberfest 2009. Termino por aqui a série “Oktoberfest – Histórias de Outras Épocas”. Há mais histórias, claro, mas essas eu deixarei pro ano que vem.
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