As cervejas do estilo Berliner Weisse diferem-se das brejas de trigo (Weizenbieren) basicamente porque, em sua fermentação, utiliza-se leveduras lácticas. Isso confere às cervejas peculiares notas cítricas e azedas, organolepticamente semelhantes às produzidas pelas brejas no estilo Lambic. Na Alemanha, as cervejas desse estilo são geralmente servidas misturando-se a elas xaropes de frutas, especialmente framboesa e limão.
Já à americana Dogfish Head Festina Pêche, adiciona-se xarope de pêssegos. A diferença entre as alemãs — e aí entra a inventividade característica da nova escola cervejeira americana — é que o concentrado da fruta é adicionada durante a fermentação, e não após o envase ou no momento de ser servida. O resultado é, no mínimo, muito interessante.
A coloração é alaranjada levemente turva, e o creme é denso, mas dissipa-se logo, deixando um filme persistente na taça. No aroma, claro, há pêssegos, mas também sente-se a presença de nectarina e maçã verde. O sabor acompanha bem os aromas. Há também sugestões leves de malte de trigo e um leve toque salgado, típico das brejas do estilo. Quase não se sente o amargor do lúpulo. A carbonatação é alta, o que favorece harmonizá-la com peixes gordurosos, como o arenque.
Infelizmente, as brejas da Dogfish Head Brewery, cervejaria artesanal americana já famosa pela sua inventividade, ainda não estão disponíveis no Brasil. Alô, importadores!
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