Brasil: Cerveja e malandragem, Parte II

rogeriocezar

Em artigo veiculado pelo jornal Folha de S. Paulo de 18/12/2009 e reproduzido aqui neste Blog (Brasil: Cerveja e malandragem), o professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite* discorre sobre a baixa qualidade das cervejas “macro” nacionais.

Prontamente, Silvio Luiz Reichert, vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev, em resposta ao artigo, insurge-se contra o texto, lançando diversas afirmações que, em tese, o contradiriam.

O que o leitor de BREJAS lerá a seguir é resposta de Reichert e, logo abaixo, a tréplica do professor Cerqueira Leite, ambas publicada no mesmo jornal na semana que passou.

Convidamos você, leitor, a tirar as suas próprias conclusões dessa “beer wars” tupiniquim. Boa leitura.

A cerveja e o orgulho de quem faz o melhor

Em publicado no dia 18/12/09 (“A cerveja: bebendo gato por lebre“), o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite atacou duramente a indústria brasileira de cerveja, lançando mão de argumentos ora incorretos, ora infundados, mas sempre injustos. Argumentos que precisam ser refutados em nome de um setor que goza da confiança e da preferência de milhões de consumidores, que foram inaceitavelmente desinformardos. Para deixar claro que não aprecia o produto que é feito no Brasil e consumido e aprovado pelos brasileiros, o autor se vale de números errados e premissas levianas que não levam à conclusão por ele desejada, a de que a cerveja brasileira é ruim porque elaborada de maneira enganosa, na base da “malandragem”, utilizando-se de produtos de baixa qualidade, ludibriando o consumidor e afastando-o do que o autor considera “bom gosto”.

A indústria nacional de cerveja possui tradição de mais de cem anos e tem orgulho de produzir bebidas de altíssima qualidade, assumidamente mais leves, menos encorpadas, mais refrescantes, mais digestivas do que similares europeias e condizente com o clima brasileiro e com o que deseja o consumidor. Ao contrário do que dá a entender o artigo, as grandes cervejarias obedecem à legislação brasileira, que determina que a porcentagem de malte (cevada submetida a processo controlado de germinação) contido no extrato que dá origem à bebida não pode ser menor do que 55%. Os demais cereais que o mestre cervejeiro usa nas fórmulas, dentro da lei e das boas práticas da profissão e da produção, são não maltados, ao contrário do que diz o autor, e empregados para alcançar as características que se pretende: mais malte é igual a cerveja mais encorpada e mais pesada; menos malte (respeitando o mínimo de 55%) é igual a cerveja leve, refrescante, suave.

A segunda e incompreensível incorreção do físico vem no bojo de conta que ele faz para tentar convencer que a cerveja fabricada no Brasil utiliza outros produtos que não a cevada para ludibriar o consumidor. Prova: o Brasil não produz nem importa cevada suficiente para dar conta da demanda de malte dos fabricantes. De fato, não mesmo. Tanto que a maior parte do malte utilizado pelas grandes indústrias, algo em torno de 65% ou mais, é importado. Mas isso não entrou na conta do autor. Da mesma forma, ele desconsidera que mais malte ou menos malte na cerveja é antes de tudo uma opção do mestre cervejeiro na formulação de seu produto. Em algumas marcas de grande penetração no nosso mercado, esse percentual chega a 100%. Trata-se de opção técnica, cujo único objetivo é justamente produzir um produto de acordo com a preferência do consumidor, nunca enganá-lo. Claro que há gosto para tudo, tanto que fabricantes nacionais mantêm em seu portfólio inúmeras marcas importadas, belgas, alemãs e outras. Mas essas marcas ocupam uma faixa inexpressiva do mercado, por um motivo muito simples: a imensa maioria prefere a cerveja brasileira.

Ainda para tentar convencer o leitor de que a “má qualidade” origina-se na opção por produtos ruins, o autor comete mais um erro: afirma que o índice de conversão do grão de milho em álcool é maior que o da cevada. Trata-se exatamente do oposto: a cevada tem rendimento de 67% na composição do extrato originário da cerveja, enquanto o milho atinge apenas 56% de rendimento.

Há ainda a contestar um argumento leviano e duplamente incorreto. O autor diz que a tal “má qualidade” seria, também, decorrência da utilização de conservantes químicos. As cervejarias brasileiras de primeira linha não usam conservante por dois motivos: primeiro, porque é ilegal, trata-se de prática vetada pela legislação; segundo, porque totalmente desnecessário, já que a conservação da cerveja de boa qualidade é garantida pelo seu próprio processo de fabricação.

Por fim, o autor mira suas baterias contra o lúpulo utilizado no Brasil, também este de “baixa qualidade”. Talvez ele não saiba que o produto é importado da Europa (onde é utilizado inclusive no fabrico das cervejas alemãs, por ele citadas) e dos EUA, que mantêm rígidos padrões de qualidade para o produto. Esse nível de desinformação se choca frontalmente com o patamar de excelência em que se encontra a indústria brasileira de cerveja. Trata-se de um setor que investe permanentemente em pesquisa e inovação, dispõe das mais modernas tecnologias e zela pela qualidade de seu produto porque tem plena consciência de que, diferentemente do que pensa o autor do artigo, seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto.

Silvio Luiz Reichert, químico, mestre cervejeiro pela Doemens Fachakademie, da Alemanha, é vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev.

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Cerveja: O orgulho de quem fatura mais

Por que as cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?

Em texto anônimo, assinado por um certo Silvio Luiz Reichert e intitulado “A cerveja e o orgulho de quem faz o melhor” (30/ 12), a multinacional de capital estrangeiro Anheuser-Busch Inbev, proprietária da AmBev, responde ao meu artigo “A cerveja: bebendo gato por lebre” (18/12/09).

Entretanto, não responde à principal acusação, a saber, o engodo de que foi vítima o governo e o povo brasileiro pela fusão Antártica-Brahma, quebrando princípios e a legislação contra a formação de cartéis com a desculpa de que, fundidas, poderiam enfrentar a competição com multinacionais -para ser o cartel, em seguida, absorvido por empresa estrangeira.

Também não foi explicada a prática perversa de coação a cervejarias nascentes para depois absorvê-las e aniquilá-las ou banalizar seus produtos. Pois bem, a mentira tem muitas faces, como se vê em seguida.

1) Maranhão, mentira bem urdida (padre Vieira, “Quinto Domingo da Quaresma”). Diz o echadiço que “a maior parte do malte utilizado pelas grandes indústrias, algo em torno de 65% ou mais, é importado. Mas isso não entrou na conta do autor”. Ora, ou o trombeta não sabe ler, ou é intelectualmente apoucado, ou é mal-intencionado, ou os três, pois foi exatamente com a soma da cevada produzida no Brasil com a importada que foram feitas as minhas contas.

2) Patranha, mentira para tolos, crédulos. Afirmei e reafirmo aqui que a taxa de conversão da cevada em álcool é de 0,216 L/kg, e de milho em álcool é de 0,388 L/kg. E o sofista responde com as taxas de rendimento “na composição do extrato originário”, o que nada tem a ver com conversão em álcool. Os dados, em todo caso, podem ser encontrados por exemplo no estudo “Culturas energéticas e o etanol”, de Tiago Mateus. O leitor interessado também pode encontrar os dados de importação e exportação em www.cnpt.embrapa.br ou www.quercus.pt e com isso repetir os meus cálculos. Cuidado, deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), pois está sendo ultrapassado desavergonhadamente em seu recorde mundial.

3) Inverdade, eufemismo (Machado de Assis, “A Semana”). Diz o buzina que “as cervejarias brasileiras de primeira linha não usam conservante (…) porque é ilegal”. Será que a legislação brasileira é diferente para cervejas de segunda linha? E quais são as cervejas de segunda linha que, de acordo com a legislação brasileira, podem legalmente intoxicar os brasileiros com conservantes?

4) Embuste, quando é calculada para enganar. Diz o passavante que conservantes não são usados por serem desnecessários. Então para que servem o antioxidante INS 315 e o estabilizante INS 405, como se lê em letras miúdas de quase todos os rótulos de cervejas da AmBev e das demais cervejarias nacionais? Será que a mudança de nomenclatura de “conservante” por seu sinônimo, “estabilizante”, satisfaz o legislador brasileiro? Será que o sarabatana estaria chamando o brasileiro de analfabeto, incapaz de ler o rótulo, ou de idiota, pois incapaz de entender o que lê?

5) Patarata é mentira com basófia, ostentação. Diz o estafeta que o lúpulo que é usado no Brasil vem da Alemanha e dos EUA e, portanto, é tão bom quanto o usado naqueles países. Mais uma vez ofende a inteligência do leitor da Folha e do brasileiro em geral. Importamos vinhos de excelente e de péssima qualidade da França, da Itália etc. Os de baixa qualidade são mais baratos. Importamos bons e péssimos filmes dos EUA.

A diversidade da qualidade do lúpulo alemão é, reconhecidamente, enorme. As cervejas americanas são quase tão “leves, refrescantes e digestivas” e homogeneamente banais quanto as brasileiras. Que o leitor experimente uma dessas vulgares cervejas americanas. (Aliás, se alguém precisa de digestivo, é melhor tomar sal de fruta Eno do que cerveja da AmBev. E o gosto não é muito diferente). Então por que as boas cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?

6) Intrujice, quando se abusa da credulidade de fraternos. E, agora, o maior dos sofismas, o abuso repugnante de um sentimento de brasilidade dentro da mesma técnica que a AmBev elabora suas indecorosas propagandas televisivas, que induzem o cidadão desavisado a consumir suas cervejas pela associação com objetos de desejos primitivos: carros de luxo, mulheres seminuas, fartos banquetes, ou seja, a peta da promessa de sucesso.

Os pífios argumentos do recadista apenas comprovam o baixo nível ético da empresa que o emprega.

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* Rogério Cezar de Cerqueira Leite, 78, físico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo, de onde este artigo foi extraído.


Comments

32 responses to “Brasil: Cerveja e malandragem, Parte II”

  1. Virei fã do professor Rogério!

  2. Professor de física querendo discutir sobre cerveja com mestre cervejeiro, é isso que dá. Um monte de bobagem escrita.

    Um assunto sensacional pra ser discutido e debatido de maneira racional e produtiva, acabou se tornando um debate caloroso de ofensas pessoais por parte do fisico, que nao entende a diferença entre adjuntos de cereais e cereais “maltados”, alem de acusar, mas nao demonstrar qualquer fundamento, para dizer que sao usados lupulos de baixa qualidade.
    De onde veio essa informacao? QUal o conhecimento dele pra dizer que os lupulos sao ruins??

    Fazer cervejas leves e padronizadas é uma tarefa dificil, uma vez que qualquer minimo defeito se torna perceptivel. Nao estou defendendo cervejas leves como as da Ambev, que nao bebo e nao me agradam. Mas elas atendem a um publico que busca por cervejas leves. É simples.

    E o professor de fisica nao pode comparar a producao de alcool em combustiveis com a producao de alcool em cerveja. Sao fermentacoes distintas.
    Nao pode comparar conservante com anti-oxidante. Os antioxidantes sao subprodutos naturais da producao, e podem ser acrescidos posteriormente na cerveja.

    Quanto as praticas mercadologicas da Ambev e o monopolio, isso eu concordo e acho o governo brasileiro muito passivo com as taticas agressivas da Ambev. Deveria criar mecanismos e um ambiente fertil para o surgimento de mais micro cervejarias.

  3. Anderson Martins Avatar
    Anderson Martins

    Excelente matéria!!!

  4. O engraçado que quem critica não tem coragem para se identificar, PP suas opiniões estão equivocadas, se identifique para debatermos o assunto.
    Viva o professor Rogério, sou seu fã.

  5. renzo Avatar
    renzo

    Ainda não entendi uma coisa…
    Existe mesmo lúpulo nas cervejas da ambev??!! 🙂
    Ah… Vamos abrir uma MEANTIME LONDON PALE ALE em homenagem ao bom uso da nobre plantinha!!

  6. Alexandre Bazzo,

    nao existem opinioes equivocadas. Existem argumentos equivocados…
    Gostaria que voce detalhasse os erros para continuarmos a discussao de uma maneira saudavel e elucidativa, sem agressoes como foi o caso do Professor.

    Abraço

  7. Acredito que este depoimento do Professor Rogério é no mínimo a ser pensado, pois interessa a todas as cervejarias que seguem a legislação, pois quem esta usando 50% de outra fonte de carboidrato que não seja o malte também esta sendo prejudicado.
    Acho um exagero fazer cerveja com esta quantidade de carboidratos não malteados, porém se a lei permite e se 99,5% do consumidor compra, o que é errado é o eventual não cumprimento da lei, pois a competição torna-se desleal.
    É verdade que o calculo que ele utilizou é uma aproximação, porém a diferença foi muito grande entre os maltes disponíveis no Brasil e a produção de cerveja, mas ele demonstrou as fontes de onde ele obteve estes dados.
    Quanto aos lúpulos, acho um assunto menos relevante, pois é uma questão de custo, o que você quer para a sua cerveja, um produto com as melhores matérias-primas ou uma cerveja barata, porém sabemos que a grande maioria compra lúpulo com alto teor de alpha ácidos, pois normalmente são mais baratos, ou você diria que as grandes cervejarias usam lúpulo Saaz com 4% de AA ou Hallertauer Tradition com 6,0% de AA?
    Acho um absurdo você falar que antioxidates são subprodutos da cerveja, gostaria que você demonstrasse isso para nós.
    Vale ressaltar que não só as mega cervejarias usam de artifícios para redução de custos, mas também muitas microcervejarias e de médio porte também.
    Não adianta tampar o sol com a peneira, nossas cervejas de massa são conhecidas na Europa e nos EUA por abusarem de carboidratos não malteados.
    O que eu acho errado é a tentativa de fazer com que a cerveja artesanal seja parecida com a industrial, o que não é verdade, faço cerveja utilizando malte nacional e importado, lúpulos nobres da Alemanha com baixos teores de %AA, temos fermentos específicos para diferentes cervejas, os mercados são diferentes vendemos qualidade e não preço.
    Pelo que eu sei o professor não esta ligado a nenhum movimento cervejeiro, temos que respeitar a opinião dele, pois é uma pessoa esclarecida e o que ele pediu é apenas cerveja boa pra beber um direito dele como cliente das cervejarias, se tivéssemos mais pessoas como ele certamente venderia menos “cervejas de água” e com isso muitas grandes poderiam investir em produtos mais elaborados.
    Volto a repetir, você poderia identificar-se. Eu sou engenheiro de alimentos, trabalho em uma microcervejaria que produz cervejas da escola alemã, apenas com água, malte, lúpulo e fermento.

  8. antioxidante INS 315 e estabilizante INS 405. Sem dúvida estes dois ingredientes fazem parte da receita de grande parte das cervejas produzidas no Brasil, está escrito no rótulo. Apesar de eu não ser físico nem mestre-cervejeiro, eu sei que são aditivos químicos. Ninguém precisa ser especialista para saber que antioxidante e estabilizante são produtos com efeito conservante. Sabemos que uma cerveja oxidada ou que não possui mais suas características originais “de fábrica” é uma cerveja estragada, mal conservada.

    Mas sempre me pergunto: Se existem ótimas cervejas sem aditivos, algumas vendidas até a preços populares, por que devemos engolir estes aditivos que nada acrescentam em qualidade às cervejas?

  9. Alexandre,

    Temos pontos de vista parecidos. Sou um grande consumidor de cervejas artesanais e especiais há pelo menos 10 anos, quando as primeiras micro brasileiras ainda eram embrionarias.
    Nem discuto a diferença entre a qualidade de uma Ambev e uma Bamberg, Eisenbahn, Colorado ou Falke. Há um abismo entre elas. Oque discuto é o modo como o professor se posicionou no debate.

    Todos nós sabemos que esse tipo de discussao é fundamental para se criar uma cultura cervejeira. É importante debater e esclarecer as pessoas sobre oque é cerveja. No entanto, nao se pode partir para uma discussao pessoal e ofensiva, como fez o professor. Isso trabalha no sentido contrario da conscientizacao e do aprendizado.

    Voce, como engrenheiro de alimentos tem ciencia de que a producao em larga escala como das grandes cervejerarias é repleta de pesquisas e alta tecnologia, com modernos equipamentos de producao. Infelizmente sao usados para fazer cervejas leves e fracas, oque nao agrada a nenhum de nós. Mas nao se deve falar que sao cervejas ou cervejeiros desonestos. Tais cervejas sao voltadas a um publico especifico, que busca cervejas fracas apenas pra se refrescar no calor.

    Mas nao podemos denegrir o trabalho alheio, só porque nao somos o publico alvo. Digo sempre, se a Ambev fechar, pra mim nao faria falta nenhuma. Há tempos que nao bebo suas cervejas. Mas respeito o trabalho de todos, e isso tambem considero como cultura cervejeira.

  10. Quantos aos lupulos, é claro que as grandes cervejarias utilizam lupulos com grande teor de acidos alfa. E com certeza utilizam quantidades pequenas em suas cervejas. mas isso nao significa que sejam lupulos ruins.

    Existem excelentes lupulos no mercado, principalmente o norte americano, com AA superior a 12% e que apresentam um bom teor de oleos essenciais tambem. A questao nao é a utilizacao de lupulos de má qualidade, mas a pouca quantidade de lupulo usado.
    Lembra da propaganda da Primus, falando que usa o Hallertauer?

    Existem anti oxidantes em diversos alimentos que consumimos, e presentes tambem em cereais como a cevada alem do lupulo e até mesmo nas leveduras. A quantidade e tipos de anti oxidantes variam dependendo da cerveja, e do metodo de preparo. Cervejas com mais compostos fenolicos/melanoidinas apresentam mais antioxidantes, como aldeído protocatéquico, escultina e ácido cafeíco.

    Oque quero dizer é que os antioxidantes nao devem ser vistos como um veneno. Sao encontrados naturalmente em alimentos e bebidas. É claro que cervejas especiais, e nao filtradas vao apresentar maior quantidade.
    Isso sem falar que a propria refermentacao, além de manter a levedura rica em vitaminas, consome o oxigenio que é o grande vilao da oxidacao da cerveja.

    Ta vendo como é possivel a gente debater tudo numa boa, sem apelar como o professor fez?

    Abraço

  11. Ricardo A. Leite Avatar
    Ricardo A. Leite

    Só digo uma coisa: independente de ter ou não anti-oxidantes, de ser leve ou pesada, de serem fabricadas com alta tecnologia ou não, sinto muito pelos apreciadores da “american lager tupiniquim”.
    Afinal, como diz o ditado: “Gosto não se discute. Gosto se lamenta!”
    Abraço!

  12. Ricardo Avatar
    Ricardo

    Concordo com o “pp”. Não é caso de “culpar” as grandes cervejarias, elas dão as pessoas aquilo que elas procuram: cerveja barata , refrescante para “relaxar” e confratenizar sem degustar ou se atentar, de fato,à bebida.(quem é aqui quem não bebeu ou bebe desta forma?)

    Acho que o campo de batalha de quem gosta e produz e boa cerveja está em encontrar seu espaço; a questão é tentar mostrar para as pessoas que existem outras espécies de cervejas, que é possível -degustá-la-. E acho que não há motivos para ser pessimista no Brasil em relação a isto os apreciadores de boas cervejas estão crescendo.

    O Brasil deve, dada as devidas proporções, se espelhar nos EUA – país em que o consumo de corn beers é massivo, mas foi criado um bom público para artesenais.

    Vamos deixar as “corn beers” de lado – a questão é as artesanais brasileiras encontrarem seu lugar e seu público (ver, por exemplo, o que é possivel fazer em termos políticos, para derrubar a burocracia que impede cervejas de serem vendidas, analisar o que pode ser feito em termos de dedução de tributos etc)

  13. PP

    Também concordo com você que este tipo de discussão é muito útil para divulgarmos a cultura cervejeira.
    Entendo o seu ponto de vista quanto o modo da resposta do professor, mas acho o assunto gravíssimo, principalmente o que se refere aos maltes, que se ele foi grosso ou não acaba ficando em segundo plano.
    Quanto aos lúpulos, entraríamos numa discussão que não levaria a nada, pois também acho que temos lúpulos excelentes com %AA acima de 12%, mas teríamos que discutir sobre a qualidade destes óleos, se é pra aroma ou amargor, etc., realmente acho que cada cervejaria usa o lúpulo que achar adequado para sua cerveja.
    O que eu não concordo é quanto os antioxidantes, não fazem mal a saúde se usados de forma correta, agora adicionar antioxidante é bem diferente dos encontrados naturalmente na cerveja, eu não adiciono, perco em shelf life, corro muitos riscos, mas é uma questão ideológica, porém não crucifico quem use. A melhor helles de Munich é feita por uma grande cervejaria, seguindo a Lei de Pureza e maturando por 40 dias, isso é o que eu penso sobre fazer cerveja.
    Também sou contra ao massacre que é feito a apenas uma empresa, como tem sido nos posts daqui, não é só as megas cervejarias que fazem coisas erradas, tem muita micro falando em artesanal e vendendo água amarela, tem gente boa e ruim em todos os segmentos.
    Não sei o que você acha, mas será que o gosto do brasileiro é mesmo as cervejas muito clara, sem lúpulo, sem corpo, com muito gás e estupidamente gelada, ou até então eles não tinham outra opção?

  14. André Muniz Avatar
    André Muniz

    ”Não sei o que você acha, mas será que o gosto do brasileiro é mesmo as cervejas muito clara, sem lúpulo, sem corpo, com muito gás e estupidamente gelada, ou até então eles não tinham outra opção?”
    Alexandre, a grande indústria cervejeira sempre apresenta números e estatísticas (basta ler na réplica do representante da Inbev ao professor) para nos fazer acreditar que realmente gostamos de cerveja como a que eles fazem. Como se vendagem expressiva fosse sinônimo de qualidade. A verdade é que com um MARKETING EXTREMAMENTE AGRESSIVO, aliado a uma logística descomunal dessas cervejarias, fica fácil vender até guarda-chuvas no deserto.

  15. Alexandre,

    Acho que a falta opcao sem duvida. Nao apenas opcao, mas tambem educacao e conhecimento.
    Vejo muitas pessoas com opcao, mas deixando de experimentar boas cervejas por causa do preço, ou por preconceito. Acham que cerveja é bebida de pobre, que nao tem o “glamour” de um vinho ou um whisky, oque nós sabemos que é uma grande bobagem.

    O caminho que vejo para o crescimento do mercado das cervejas especiais passa principalmente pela educacao. Eu sempre recebo amigos e conhecidos em casa com alguma cerveja diferente. A grande maioria, consegue notar a qualidade superior logo ao experimentar, e muitos ja se tornaram amantes e consumidores de boas cervejas.
    Sempre que vou a um bom restaurante e eles nao servem cervejas especiais, eu faço a critica diretamente ao gerente, pra mostrar insatisfacao.

    Eventos, harmonizacoes, blogs, foruns, concursos e toda midia em que pudermos divulgar a cerveja especiais como uma bebida saborosa, nobre e versátil, será sempre util para trazer mais pessoas para o nosso time.

    Pessoalmente acho essa educacao é até mais importante do que o alcance logistico das cervejas. Voce é do ramo e com certeza sabe disso melhor do que eu. Nao sei se concorda comigo nesse ponto.

    E ai entra uma critica que eu acho das mais serias à Ambev e as grandes cervejarias, que é o deserviço que todas fazem ao divulgar campanhas vulgares de cerveja ligadas apenas à bebedeira debaixo do sol com mulheres de biquini.

    Abraço

  16. Que discussão boa! São muitos argumentos corretos vindos de todos os lados.

    Gosto de ver a presença do Alexandre aqui como representante das Micros que se preocupam em fabricar com qualidade e concordo com todos os argumentos apresentados por ele. Mas também não dá para ignorar o opinião do PP (gostaria de poder escrever o seu nome!) sobre educar e preparar o consumidor, além de um dos fatores que mais impedem ou atrapalham o crescimento deste mercado que na minha opinião é o preço.

    Acredito que ainda existe muito a se fazer para que a onda realmente pegue força em nosso país. O que temos hoje é somente um embrião perto do potencial que um país como o nosso tem. Voltando a citar o problema do preço, não entendo como podemos encontrar na Argentina cervejas como a Chimay a 20 Pesos (ou menos de 10 Reais, apesar de que estava em promoção por apenas 3 Reais em um supermercado).

    Vamos esperar por tempos melhores!(ou fazer algo a respeito)

  17. Ricardo Piva Avatar
    Ricardo Piva

    Colegas vocês não pensam que, quando levada a sério demais, a “beer-evangelização” passa de algo interessante e divertido a algo autoritário e sem propósito?

    Será que devemos considerar questão de utilidade pública problematizar a qualidade de cerveja que as pessoas bebem? Será que isto importa mesmo ? Só falta alguém sugerir que a beer-evangelização seja incluída nos currículos escolares rs.

    Acho que devemos, sim, considerar de maneira crítica o papel da publicidade (mas aqui entramos em uma questão muito ampla e delicada, que não cabe discutir aqui) – mas vejamos bem esta estória de “evangelização”, nós já a conhecemos de outros lugares e nem sempre ela se dá de maneira lúcida e justa.

    Reitero minha opinião: valorizemos o cuidado e carinho que caras como Alexandre produzem suas brejas; façamos com a “leveza” que pede a situação nossa defesa das boas cervejas -e deixemos a aspereza para questões, de fato, relevantes do ponto de vista ético e político. Não nos tornemos cervo-chatos!

  18. Eu também acho que a educação é o mais importante para ampliarmos o mercado de cervejas especiais, junto a isto o preço tem um papel importante, um pouco mais caro o consumidor leigo até compra, mas 3 vezes o preço das comerciais fica difícil.
    O Ricardo Piva tocou num ponto fundamental, não podemos nos tornar cervo-chatos, cerveja é descontração, alegria, sentar e beber, se começarmos querer passar ao consumidor sobre DMS, Diacetil, ésteres, fenóis, etc., vai ficar chato, acho estes fatores bom para o controle da industria, o consumidor na mesa do restaurante tem que falar gostei ou não gostei, comprarei novamente ou nunca mais, esta opinião é mais importante para nós.
    Vejamos a importancia do site do Brejas, conseguimos discutir aqui assuntos de muita importancia, de forma democrática, isto é divulgar a cultura cervejeira.

    Abraço a todos

  19. Carlos Gonçalves Avatar
    Carlos Gonçalves

    Senhores,

    Também não sou mestre cervejeiro ou especialista no assunto, mas consigo entender bem a revolta do Professor. Se o governo fala que uma cerveja tem que ter X% de cereal maltado para ser cerveja e a Inbev não o faz, mas anuncia que é “cerveja”… isso é revoltante! É a mesma coisa de anunciar que um refrigerante é “Zero”, mas tem quase a mesma quantidade de calorias.

    Imagine a revolta de uma pessoa que esta tentando perder peso e descobre depois de varios anos que o refrigerante que ele sempre tomou não é “Zero”. O professor pegou até leve se a gente pensar assim.

    Acho que algum orgão do governo que deveria fiscalizar isso e não deixar anunciar como cerveja aquele produto que não tem X% de cereal maltado. Essas “cervejas” leves da Inbev deveriam ser chamadas de “suco de cereal não maltado”.

    Foi isso que fizeram com o Champagnhe, que hoje se chama Espumante, pois não atende os requisitos para ser chamado de Champagnhe (neste caso ser produzido em uma região da França). Isso com certeza ajudaria os consumidores dando a OPÇÃO de tomarem cerveja ou um suco mais refrescante…

  20. Peter Avatar
    Peter

    O cara que meter o pau no Silvio Reichert tem que ser um baita cervejeiro, o cara é muito fera e respeitado no meio, o prof. Rogério acredito que teve boa intenção mas esses calculos de conversão estão ridiculos, muito errados e sem sentido, além disso está acusando uma Empresa de descumprir uma lei baseado em numeros descabidos, não vou defender ninguém mas essa história de que a AMBEV não usa no minimo 50% de malte de cevada é mentira e da grossa, agora se a cerveja é boa ou não são outros 500. De resto a discussão aqui foi bem legal.

  21. Claudinei Avatar
    Claudinei

    Que bela discussão! Continuo aprendendo muito com todos vocês aqui!

    Quanto ao ponto em que o Sr. Silvio Luiz Reichert afirma que a sua empresa produz o que a massa pede e gosta, concordo só até certo ponto. O brasileiro em geral prefere cervejas leves e refrescantes como as Brahmas e Skóis da vida, é verdade… mas também ele só conhece isso! A sua CULTURA cervejeira é muito limitada, e isso também é culpa do marketing pesado das grandes indústrias. Uma coisa alimenta a outra: as grandes indústrias produzem cervejas extremamente leves e sem personalidade porque a cultura e os hábitos dos consumidores o pedem, e, por outro lado, o marketing agressivo de tais indústrias concorrendo entre si reforça e estimula ainda mais essa pobre cultura. Resumindo, um círculo vicioso.

    O Sr. Silvio Luiz Reichert pode mesmo ser um grande cervejeiro, mas senti nos seus argumentos mais uma preocupação em advogar a favor da gigante que ele representa do que em esclarecer questões de interesse geral. Um exemplo é sua afirmação de que as cervejas brasileiras não usam conservantes químicos. E quanto aos citados antioxidantes e estabilizantes, os diversos INS’s da vida, Sr. Silvio? Não são produtos químicos que agem como conservantes ou “corretivos” de defeitos em cervejas?

    Acho louvável a iniciativa do professor Rogério em valorizar as cervejas de qualidade, mas me surpreendeu também a forma agressiva dos seus comentários. Ele exagerou no tom? Estimulou a contraparte a se manifestar novamente?

    Mas continuem discutindo, o tema é ótimo…

  22. Mauro Renzi Ferreira Avatar
    Mauro Renzi Ferreira

    Essa questão do gosto me lembra dequele velho slogan:
    “Tostines vende mais porque é fresquinho, ou é frequinho porque vende mais?”
    Na verdade, se trata de uma questão dialética: Ora, eu só elenco algo como “bom” se eu tenho um outro parãmetro de comparação, algo que eu também tenha experenciado e possa chamar de “ruim”. Agora, se eu não conheço algo “bom”, então aquele algo que, na minha frase anterior seria “ruim”, passa a ser “bom”, pois eu não tenho conhecimento de outra opção.
    Mas isso não acontece somente com as cervejas. É comum os nossos grandes grupos televisivos justificarem a exibição da sua péssima programação em “televisão aberta” dizendo estar procurando agradar ao gosto do público brasileiro. Na verdade, esse público só gosta daquilo que assiste porque não assistiu outra coisa, seja por falta de condições de acesso, como o pagamento de uma “televisão por assinatura” ou por falta de educação e preparo para entender o que está sendo exibido.

  23. Ricardo Piva Avatar
    Ricardo Piva

    Colegas, vocês pensaram no caos (para não dizer o ridículo) que seria se desejamos reformar toda alimentação dum povo tendo em vista a “boa qualidade”?

    Ninguém tomaria (em “boa consciência”) café solúvel comum, só os melhores grãos; ninguém tomaria um mate industrializado, só os melhores chás do Ceilão e do Quênia (ou somente as melhores safras de mate); ninguém comeria tostines, somente biscoitos artesanais “de qualidade”; ninguém comeria um pãozinho da esquina, só produtos de bons padeiros.

    Pensem como seria se tivéssemos evangelizadores chatos para tudo que bebemos e comemos!

    É bastante diferente o caso em instâncias que possuem alguma importância ética – é importante ,por exemplo, a educação para a arte, a educação artística pode tornar uma pessoa melhor; a educação científica, física, política também. (embora, mesmo aqui, em nossa ânsia em educar, corremos sempre o risco do nos tornarmos autoritários para além do que é razoável)

    Talvez o caso dos conservantes seja uma questão mais relevante aqui (se estes são realmente maléficos a saúde), assim como os 50% de malte.

    Mas , enfim, pensemos (ao menos nas cervejas, já que de resto por aqui está difícil) com mais leveza.

  24. Ricardo Piva Avatar
    Ricardo Piva

    P.S.: Quando me refiro as coisas estarem dificéis por aqui, me refiro ao nosso páis , para não dizer nosso mundo,e não a discussão aqui que segue de maneira bastante produtiva.Ok? (só para desfazer a possível confusão)

  25. Daniel Navarro Avatar
    Daniel Navarro

    Alexandre, essa comparação entre a conversão do milho e da cevada em álcool me confundiu. Existe essa fórmula? da para fazer essa conta?
    Afinal, das questões que o Professor Cerqueira Leite levantou essa conta do consumo de cevada (importada e nacional) é muito grave. Ou estão sonegando na importação ou utilizando menos cevada que a lei exige.
    Além de contribuir com amido o milho também agrega outro componente importante? (proteínas, talvez?). Imagino que os chamados carboidratos que constam em alguns rótulos sejam puro açúcar fermentável, ou não?

    A propósito, sou fã das cervejas da Bamberg e em especial da Bock. Já pensou em fazer uma Doppelbock?

    Abraço!

  26. WAGNER Avatar
    WAGNER

    As cervejas de macro cervejarias nacionais são aguadas e péssimas !

  27. paolo Avatar
    paolo

    Sou italiano,sommelier,cervejero da 25 anos…me desculpe pra meu portugues, mas preciso falar alguma coisa.
    1)o que fala o professor Rogerio é só pura verdade.Sendo fisico o que ele falou é facilmente visivel,dimonstravel.As contas são certas.Parabens! faz tempo que queria ver alguem falar sobre esse assunto.
    2)o que respondeu o senhor Silvio é só demagogia e fé,nada de racional, devido que ele é involvido tb no business billionario da ab-inbev: é o seu trabalho vender ¨gato por lebre¨.
    3)as cervejas industrias e ¨tradicionais¨ brasileiras são de pessima qualidade como o café ¨tradicional brasileiro¨.O café bom de primeira qualidade va pra italia.Talvez no 1900 tava boa a antartica(e as outras) agora não.Tb na italia tem uma industria que faz cerveja desde 1632.Estou certo que aquela epoca era boa agora é uma bosta.
    4)Quer fazer uma cerveja leve,boa,refrescante e pouco amarga? tudo bem eu faço tb.Minha esposa que é paulista achava que não podia tomar cerveja alguma porqué passava mal.Gracias aos varios ins(316 402 etc etc) eu tb passo mal se tomo varias brasileiras (incluido algumas ¨artesanais¨).Mas a minha pode tomar a vontade, tb tomamos varios litros na oktoberfest (o ¨copinho¨ é só um litro)in munich (e a spaten é ab-inbev superindustrial) e não passamos mal.
    5)A heineken que comprou a femsa(kaiser)é o exemplo de globalizaçao da cerveja.È egual aqui como na europa e não tem conservantes.È de baixa qualidade como todas as industriais mas dá pra tomar sem passar mal.outro discurso é ver agora a sua politica de mercado no brasil, porqué em italia comprou antigas cervejarias pra fechar-las.
    6)Achar que qualquer produto alimentar industrial é de alta qualidade é uma gigantesca bobagem.Essa é verdadeira falta de cultura e desinformaçao.Pode falar que um produto industrial usa materias primas melhores de um outro como a heineken o guiness paragonado a antartica o skol, mas nunca será um pruduto de alta qualidade.Pega um suco de laranja feito na hora e um industrial.Um ¨esperto¨que vende sucos vai te falar que tem a mesma quantidade de vitamina etc etc.Olha o rotulo e nem tem o 50% de laranja o aroma é sintetico, mais ins varios.O que vocé toma?
    Na africa a Nestlé explicou as mulheres que o leite em pó que eles vendem é mais saudavel do leite materno!!!
    Até agora tem uma campanha de boikot sobre aquela multideathcorporation.Infelizemente não muito no brasil.È essa a famosa cultura e informaçao?Tambem a nestlé é ¨antiga e tradicional¨
    7)todos os cervejeiros sabe quanto custa um litro de cerveja verdadeira feita em casa,gastando o massimo possivel em taxas de importaçao e mordidas varias.Aquí me falaron mais ou menos 4 reais,na europa 2,5 .Imagina o grupo que tem mais do 25% do mercado mundial quanto gasta,incluindo o fato que é mais milho,arroz(mais baratos) e outras porcarias(carboidratos tratados o que são???).Uma culata de juliana paez ou o dunga que brinca de guerrero custa como milhares e milhares de ettolitros.È só o brand que interessa.O que tem na garrafa não importa nein interessa…até que o povo toma…
    Acorda brasil! um abraço a todos

  28. Qualquer funcionário da Ambev ou de distribuidoras tanto da Ambev como da Coca-Cola como a VONPAR aqui no Sul do Brasil, sabem muito bem eles que a cerveja é praticamente feita de cevada, milho e arroz. Só não sabem a taxa exata.
    Porque fazer pura cevada se pode fazer algo que é fácil vender mais barato e aceitável pelo publico se pode ser feito com milho e arroz e apenas um pouquinho de sabor de cevada? por quê gastar 5 reais no litro se pode gastar apenas 2 reais? É claro que as grandes cervejarias vendem gato por lebre!

  29. marcio tonelli Avatar
    marcio tonelli

    olá pessoal
    sou de campinas, e conheço o prof RCL…garanto a vcs que com o conhecimento, prestígio e idade que tem, ele não precisaria se meter num embate desses…e ele mostra números e fatos.

    tenho um grupo de amigos que se encontra regularmente pra tomar boas cervejas e bater papo (para quem conhece,no Nosso Bar, do mercado de Campinas…uma delícia.)…sem as frescurites de degustações e harmonizações que no frigir dos ovos, servem mesmo é para aumentar os preços das coisas…

    eu queria falar no sentido prático…qdo era mais novo, até vinho sangue de boi eu tomava e no outro dia estava pronto pra outra…com 45 anos, isso já não é bem verdade…o fato é que as brejas nacionais estão me dando cada ressaca pavorosa!

    no Nosso Bar, o proprietário Mauricio, gente muito boa, tem um buzilhão de brejas de diversas partes (incluindo o Guinness que é um tesão mesmo)…tem uruguais, argentinas, mexicanas, americanas, belgas, alemãs, tchecas (essas são do caraca de boas)…enfim…

    pergunto: fico com ressaca?? não! ou é muita coincidência, ou de fato as brazucas estão mals…mesmo algumas artesanais caem esquisito, como é o caso da Terezópolis.

    Eu lembro qdo a Original e a Serra Malte eram independentes…ninguém me tira da cabeça que a fórmula mudou…o mesmo vale para a Xingu, que em tempos imemoriais, podia até passar por uma Guinness_tupi-guarani (não tinha Guinness no Brasil, eu só tomava qdo ia a trabalho pra fora do país)

    Portanto, acho que algo vai mal no reino tupi guarani, em assuntos cervejeiros-corporativos.

    Se é pra falar de corporações e padronizações, um Bud cai muito bem…e olha o tamanho da criança.

    queria finalizar com 3 coisas:

    1. não existe empresa 100% boazinha (os americanos falam: there is no free lunch!!)…elas existem pra ter lucro…elas podem investir em capital social, zelar pelo meio ambiente etcetcetc…mas o bottonline é dindin.

    2. como publicitário, eu acho que as propagandas de breja são um lixo total…essa última do cervejão, com aqueles caras meio palermas não refletem meu perfil, nem de meus amigos…e não é porque somos quarentões…nunca refletiu…alguém comenta? Eu conheço o pessoal que cria e produz pra Heineken…vc não vê mulher pelada, caras palermas…vc vê atitudes divertidas…pra quem não assistiu, segue um link:
    http://www.youtube.com/watch?v=S1ZZreXEqSY

    3. li um livro, larousse da cerveja, que é muuuito bom…pra quem quiser se aprofundar nos estilos, história, marcas…um show de bola

    abs

    marcio

  30. Mauricio (BREJAS) Avatar
    Mauricio (BREJAS)

    Marcio,
    Concordo quase integralmente contigo, exceto por um ponto da sua postagem: tente ser menos preconceituoso antes de rotular degustações e harmonizações como “frescurite”.
    Se você vier conhecer o Bar Brejas, verá que, caso não queira, não precisa harmonizar boas cervejas (são mais de 180 rótulos disponíveis) com nada. Mas, se quiser ir além, encontrará no nosso cardápio belas sugestões de petiscos (de boteco mesmo!) que, acredite ou não, “casam” perfeitamente com as brejas que você consumir. E, se você prestar atenção nos nossos preços, vai se surpreender bastante. Nossa Carta de Cervejas, inclusive, está na internet, com os preços, veja:
    http://www.barbrejas.com
    E o termo “degustar”, de mais a mais, significa apenas PRESTAR ATENÇÃO ao que se está consumindo, seja um bom prato, vinho, cerveja e até mesmo água. Uma vez que você gosta das cervejas especiais e rejeita as industriais é porque, em algum momento, você PRESTOU ATENÇÃO ao que estava consumindo. Ou seja, queira ou não, você É um degustador.
    EM TEMPO: Adoro o Nosso Bar e sou amigo do Mauricio (o dono).
    Um abração!

  31. Jota Avatar
    Jota

    Excelente professor!
    A Anheuser-Inbev não tem culpa e sim os que cartelizaram a Ambev na fusão Brahma-Antarctica.
    As cervejas da Ambev são péssimas e não apenas leves. Temos cervejas leves de ótima qualidade. Inclusive do potfólio Inbev.
    Mas o pior desse mestre-cervejeiro é o ufanismo patriótico. É sim um mau caráter por utilizar artimanhas tão baixas para promover seus produtos.

  32. Luciano Avatar
    Luciano

    Para mim está bem claro que este cidadão Silvio Luiz Reichert, vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev, quer somente defender o seu empregador. E o professor Rogerio cutucou o vespeiro com vara curta, mas falou a verdade. O problema é que a verdade incomoda MUITA gente.

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