Jon George (foto) tem 26 anos e mora em Villa Park, uma pequena cidade no sudeste de Los Angeles. Já degustou mais de 1.700 cervejas, incluindo diversas brasileiras e outras célebres cervejas de todo o mundo. Formou-se em geografia em 2009 e viajar é a melhor maneira que achou de combinar essas duas paixões. O texto abaixo, o último de uma série de três (leia o primeiro e o segundo) foi mantido com os erros de português comuns de um estrangeiro.
É comum dizer nos EUA que “Third time’s a charm”. Ou seja, quando a primeira e segunda tentativas são mal sucedidas, a terça será sucesso. Ok, talvez a frase é um pouco exagerada, porque eu consideraria as duas primeiras viagens um sucesso. Mas a terceira viagem, que ocorreu em outubro de 2010, fez “parecer” que as duas primeiras viagens foram um fracasso, porque a excitação e expectativas desta viagem foi a um novo nível.
Mudando um pouco a rota
Como na viagem passada, eu fiz as minhas bagagens repletas com garrafas. Nos dias antes da viagem, mandei email ao confrade Sean Foley pra nos encontrarmos no apartamento dele em São Paulo. Emocionante, porque ele é da Califórnia (meu estado natal) e também um amante de cerveja. Entre as viagens, aprendi sobre duas novas cervejas que eram interessante e novas no mercado brasileiro: a maturada em carvalho Biertruppe Vintage e a imperial stout Colorado Ithaca. Afortunadamente, Sean tinha as duas na geladeira! Na primeira noite em Sampa, nós concordamos em fazer o que nós gostamos; uma degustação das cervejas. Eu abri algumas garrafas que trouxe; uma stout com café e pimentas chipotle chamado Black Phoenix, e uma favorita entre os “hopheads”, a Pliny the Elder. Sean generosamente compartilhou a Ithaca e Biertruppe Vintage, além da Baden Baden Celebration e a Cantillon Fou Foune safra 2004. Esta degustação vai simbolizar e definir o tom da viagem.
Degustação com a galera do Brejas
Pedi ao Sean se ele poderia organizar uma grande degustação com alguns Brejeiros. Encantadoramente, ele concordou. Achei que seria legal pra encontrar degustadores brasileiros e trocar ideias da nossa cultura de cerveja. Eu não sabia qual reação que eu receberia da equipe do Empório Alto dos Pinheiros quando eu trouxesse mais de uma caixa de cerveja. Crédito para a equipe, pois foram legais e prestativos sempre que precisávamos de um copo limpo. Quando os confrades Mauro Renzi Ferreira, Guilherme Balbin, Alexandre Marcussi e alguns outros chegaram, sabia que havia chegado a hora de abrir as garrafas espontaneamente. Por estes sortudos, garrafas como Bourbon County Stout, Three Philosophers, Supplication, Pliny the Elder, Theobroma, a famosa Three Floyd’s Dark Lord e muito mais foi consumido. Sean e Alexandre também contribuiram com uma Cantillon e um homebrew mineira, respectivamente. Muito mais foi consumido além das 15 garrafas; nossas histórias, a cultura cervejas entre os dois países, entre outras coisas. Não sei como, mas bebemos todas garrafas durante uma única vez em 5 horas. Mas mais importante, encontrei novos amigos antes eu partir de Sampa.
Oktoberfest no Brasil
Uma das minhas metas foi visitar a celebração da Oktoberest em Blumenau. Afortunadamente, visitei o Brasil durante o tempo da celebração. Quando eu parti de São Paulo para o Rio Grande do Sul, meu amigo gaúcho Tomas fez uma agenda pra visitar a cidade de Blumenau. Com 20 outras pessoas, pegamos um ônibus festivo durante a noite para a capital da cerveja no Brasil. Estar na cidade estilo alemão já foi emocionante, e com a Oktoberfest a cidade adquiriu uma atmosfera festiva. Comparecemos à Oktoberfest por duas noites, olhando a música alemã ao vivo, vendo o parque de diversão, gente em roupa alemã e, com certeza, muito muito chopp. Com chopp local da Eisenbahn, Das Bier, Bierland, Schornstein, OPA Bier e Wunder Bier vendidos na festa, não houve falta de opções. No conjunto, é difícil descrever a diversão em palavras.
Outras visitas fechando a viagem com chave de ouro
O dia antes de Blumenau, Tomas me mostrou um pub que ficava na pequena cidade de Ivoti, RS. Chamado “Pub Garagem 23”, este pub escondido tem mais que 300 rótulos, muitas variedades de copos por cerveja e proprietários entusiásticos, o Beto e a Denise. Quando voltasse de Blumenau, eles prometeram me levar em uma excursão a duas cervejarias gaúchas, a Barley e a Abadessa. Desnecessário dizer que foi fantástico falar com as equipes destas cervejarias e literalmente provar o trabalho deles. Após a excursão, voltamos ao pub para uma “degustação misteriosa”. Neste caso, fomos dados seis cervejas misteriosas e precisamos chutar o estilo certo dentre 14 estilos listados. E pra falar a verdade, a degustação foi mais difícil que imaginei. Para mostrar minha apreciação pela hospitalidade do Beto e da Denise, eu lhes dei algumas garrafas das cervejas americanas que trouxe. Se for em Rio Grande do Sul, você deve visitar este pub!
Desta vez, um cenário um pouco diferente
Talvez a mudança mais significativa entre as viagens, foi a invasão das americanas que pude ver. Na minha viagem anterior, havia zero importadoras das americanas no mercado brasileiro, mas no meu retorno vi quatro marcas diferentes. Vendo a Anderson Valley, a Brooklyn, a Flying Dog e a Rogue vendidos em lojas especiais era quase bom demais pra ser verdade. Até eu pedi por uma Brooklyn Black Chocolate Stout no Pub Garagem 23 por diversão. Mas mais significativo foi perceber que cervejeiros brasileiros passaram a fazer mais desses estilos americanos. Bebi uma homebrew no Bier Markt em Porto Alegre chamada “American Stout”, e realmente tem o sabor de um stout estereótipo americano com os maltes de torrefação e notas de chocolate, e um cheiro de lúpulos pinho.
3 viagens, muita evolução
Durante todas as minhas visitas, tive a sorte de testemunhar e provar a expansão e ampliação do mercado brasileiro de cerveja, e o cenário é mais ou menos de aquecimento. Quem sabe qual será a próxima fronteira pra as cervejas brasileiras artesanais quando eu voltar?
Por Jon George, um americano apaixonado pelo Brasil.
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