Foi-se o tempo em que era bacana beber mais. Hoje, com a difusão da cultura cervejeira no Brasil e o crescimento da oferta das cervejas especiais, o barato é beber melhor. Degustar cervejas especiais requer cultura, aprendizado constante e, principalmente, sensibilidade às experiências proporcionadas pela breja. E, cá entre nós, homens: sensibilidade é o que as mulheres têm, e de sobra.
Foi em 2007, na mesa do bar Haus München, em Belo Horizonte, que as confreiras Eulene, Juliana, Adriana, Ingrid, Lígia, Graziela, Clarissa, Luisane e Renata, profissionais liberais e amantes da boa cerveja, resolveram fundar a CONFECE – Confraria Feminina de Cerveja, a qual se reune mensalmente no mesmo local da fundação para degustar brejas de qualidade, sempre acompanhadas de informações sobre os estilos e harmonizações.
A organização das meninas é de causar inveja a qualquer marmanjo. A CONFECE possui até mesmo um estatuto próprio, que exige a presença das confreiras nos eventos e — maldade das maldades — restringe a frequência masculina nas degustações dirigidas. A cada encontro são confeccionadas apostilas informativas sobre o estilo de breja que se vai degustar. O consumo é sempre moderado, restrito a poucos rótulos por vez.
Em Março último, para comemorar os dois anos de atividade, as meninas fizeram uma festa e tanto, com direito a churrasco, paella mineira e recepção dos convidados com Eisenbahn Lust. Pra marcar a data, o Haus München, templo da CONFECE, também presenteou as confreiras com um jantar especialmente elaborado pelo chef Adriano Santos.
A CONFECE fulmina um preconceito renitente, o de que cerveja é assunto de homem. Cerveja aguada e fraquinha, talvez, conceito personificado no hábito ogro de beber em grandes quantidades e encher a cara. Cervejas de estirpe, para serem degustadas e entendidas, jamais!
Homens, tremei! Elas estão chegando.
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