Foi exatamente no dia 19 de setembro de 2008 que a advogada carioca Tatiana Gomes se deu conta que teria de resolver um problemão: Havia tantos rótulos de boas brejas disponíveis e não poderia degustá-los sozinha. Não se deu por vencida, usou a internet e prontamente reuniu mais cinco amigas pra dar conta do serviço com ela. À Tati juntaram-se Regina Carvalho, Eduarda Dardeau (a Duda), Flávia Melo, Luciane Tavares e Talita Figueiredo. Estava formada a FemAle Carioca, confraria que reune apenas mulheres para degustar e aprender sobre cerveja.
E os homens? A cuecada participa, sim, dos encontros, mas como meros coadjuvantes, cozinhando pratos para harmonizar com as brejas a serem degustadas pelas meninas. Sim, senhores, que fique bem entendido: Os homens servem as mulheres!
O nome da confraria vem da junção de dois significados: A “família” cervejeira Ale (comumente chamada de “alta fermentação”) — o que não significa que elas degustem apenas as brejas Ale — e female, que em inglês quer dizer feminino. A logomarca, lançada durante a Brasil Brau 2009, é puro charme na marca de batom no copo e no Pão de Açúcar estilizado. Nada mais female. Nada mais carioca.
As reuniões acontecem mensalmente e as degustações são sempre às cegas, partindo da definição de um estilo específico de cerveja escolhido com antecedência. Como todas as meninas são ligadas, de alguma forma, à ACervA Carioca (grupo que congrega cervejeiros caseiros do Rio de Janeiro), convidados ilustres costumam dar as caras, a exemplo dos homebrewers Ricardo Rosa e Leonardo Botto — este, por sua vez, marido e “muso inspirador” de Tatiana.
No mais alegre espírito carioca, nos convescotes das meninas acontecem festas homéricas. Já rolou baile de Carnaval, festa mexicana e até mesmo uma balada ao estilo rave, que só teve seu fim após o sol despontar na Baía de Guanabara. Tudo, claro, depois das degustações propriamente ditas, as quais são encaradas com a seriedade que a atividade requer.
E as traquinagens dessas lindas meninas chegaram recentemente a um ótimo ponto: As FemAles agora produzem suas próprias cervejas. Viraram homebrewers, e de mãos cheias! A criatividade transborda em brejas como a India Pale Ale da Luciane, a Beide, feita com cardamomo pela Talita, a Maragataia, da Regina, que usa gengibre na receita e a Rosas, da Duda, elaborada com adição da própria flor! Existe algo mais docemente female?
A exemplo da mineira Confece, as meninas da FemAle Carioca provam que cerveja é, ao mesmo tempo, coisa séria e diversão, atributos que convivem numa harmonia contagiante. E que cerveja é, sim, coisa de mulher!
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