Antes de começar, peço desculpas aos leitores pela foto ao lado, cuja breja está num prosaico (e porque não dizer, blasfemo) copo de plástico, eis que eu estava no meu quarto de hotel em Nova York quando a provei, com uma preguiça enorme de pedir à recepção um recipiente mais adequado.
Quem acompanha este Blog já pôde conferir minha resenha sobre o carro-chefe da cervejaria Hair Of The Dog Brewing Company, a Adam, uma breja bastante complexa. Já nesta Hair Of The Dog Ruth, a intenção era elaborar uma cerveja no estilo pale ale. Todavia, seguindo a característica dos cervejeiros artesanais americanos, o resultado foi uma pale ale incomum, dotada de características bastante particulares. E deliciosas…
A coloração é essa da foto e o creme é denso e consistente, deixando um “filme” perene no copo (mesmo o de plástico!) por longo tempo. O suave aroma flutua entre o floral e o cítrico, com presença evidente de malte e lúpulo aromático da variedade Crystal, bem como sugestão de pêssegos.
Já no sabor, a breja mostra a que veio. A suavidade marcante do lúpulo dá as caras, e casa perfeitamente com a sugestão frutada do aroma. A carbonatação é na medida, e a drinkability nada menos do que ótima. O final é longo e remete ao floral do Crystal por longos e deliciosos momentos. Uma cerveja refrescante, perfeitamente inserida dentro do estilo proposto, e com um plus lupulado e frutado.
Abra-se aqui um parêntese para explicar o bizarro nome, tanto da breja quanto da cervejaria. “Hair Of The Dog” é uma expressão idiomática americana que significa algo como “beber mais uma para curar a ressaca”. Já “Ruth”, segundo o proprietário da cervejaria, Alan Sprints, é uma singela homenagem à sua avó do mesmo nome, em gratidão “ao seu amor e apoio”…
Ainda bem que existem no mundo cervejeiro esses doces “malucos”. Um brinde a eles. E à vó Ruth!
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