Na mesma noitada degustativa na qual provamos algumas Pale Ale nacionais, a turma de BREJAS mandou descer algumas cervejas escuras – do tipo que se costuma denominar Brune – belgas.
O reinício dos trabalhos foi dado com a maravilhosa Maredsous 8, cerveja “de abadia” feita pela mesma fábrica que produz a famosa Duvel (Brouwerij Moortgat). Aparência extremamente sedosa, creme marrom lindo, consistente e persistente. Aroma intenso e licoroso de chocolate, café e cravo. No paladar, mais licor, tostado, frutas vermelhas e café – houve confrade que sentiu “resina de árvore” – deixando um final alcoólico doce e seco. Uma festa de sensações. Levou de BREJAS uma belíssima nota média de 4,10 (confira no ranking a nota de cada confrade).Eis que então os ventos trapistas vieram nos visitar. Westmalle Dubbel, breja que dispensa maiores apresentações, mas tinha de ser degustada pelos confrades Guiba e Menke, que ainda não a conheciam. Destaque, principalmente, para o final, cereja pura! Elixir excepcional como uma trapista deve ser, recebendo nota 4,17.
A Brugse Straffe Hendrik Brune é uma breja produzida pela Liefmans Brouwerij, na cidade belga de Dentergem, mas não tem nada a ver com a famosa lambic. Sua outra cerveja mais conhecida entre nós é a Vondel. Vermelho-escura, turva, de creme bege. Aroma de toffee, carbonatação alta, paladar de frutas vermelhas, mas o final, seco, é algo fraco. Leva nota 3,75.
No processo inexorável da globalização, a microbrasserie D´Achouffe foi adquirida pela Moortgat, da qual já falamos aqui. Nada a lamentar, por enquanto. A breja McChouffe é excelente, nos presenteando com uma coloração vermelho-escura, pequenos sedimentos e creme bege. Aroma floral e frutado, corpo cremoso. Paladar doce de frutas vermelhas, final levemente amargo e longo. Nota 3,92, com louvor.A fim de “quebrar” a profusão de cervejas brune do cardápio degustativo da noite, os confrades brejeiros resolveram degustar uma lambic. A escolhida foi a Brussels Framboos, da Brouwerij Van Steenberge, fabricante de cervejas como Piraat e Augustijn. Devo dizer que, por um motivo que nos escapa, os confrades de BREJAS têm forte simpatia por lambics frutadas e doces, como essa breja, que rescende a bala de framboesa e extrato de tomate.
Destaque, porém, para o perlage que vocês podem ver na foto acima. Ganha a incrível nota de 3,67, respeitável em se tratando de uma lambic “comercial”.
Comments
2 responses to “DEGUSTAÇÃO – “Brunes” belgas”
Estou indo pra França no final de novembro e inspirado por vcs vou dar uma passadinha em Brugges e Bruxelas, anotarei os nomes das “brejas” (desculpa, mas o carioca aqui nunca ouviu esta denominação pras loirinhas eheh e trarei meus comentários com muito prazer.
Só coisa fina ! Adoro a Maredsous, a Mc Chouffe… A Westmalle nem se fala !