Reunião no MAPA – Boletim 5

BRASÍLIA (DF), 10:51h.  — Últimas informações transmitidas em tempo real por Afonso Landini, proprietário da loja de insumos Arte Brew e atuando como correspondente deste Blog na sede do Ministério da Agricultura na qual se decidem em reunião que começou ontem revisões de exigências legais para se fazer uma cerveja no Brasil (entenda o caso aqui).

MAPA admite estudar inclusão de insumos de origem animal

Considerado um dos pontos nevrálgicos da reunião, os cervejeiros artesanais pleitearam e conseguiram que o Ministério abrisse estudos internos para verificar a permissão da inclusão, como adjuntos cervejeiros, de insumos de origem animal como mel e chocolate. O argumento é de que, assim, a indústria teria maior liberdade de criação, mesmo porque tais cervejas com esses insumos já chegam, importadas, ao país.

Variedade de estilos

O consenso geral é que, no tocante aos estilos de cerveja, sejam abolidos os atuais simplismos como “cerveja clara” ou “escura”, e se estabeleçam parâmetros claros para categorizar cada cerveja em seu estilo correspondente, em consonância com os atuais guias internacionais.

Nesse particular, porém, o MAPA vem entendendo que a categorização de estilos seria muito mais de responsabilidade do mercado do que dos órgãos estatais. Os técnicos do Ministério observaram que ainda há muita confusão sobre isso, e que chegaram a receber para aprovação cervejas de estilos inexistentes, como uma aberrativa “pilsen stout”. A ideia é, ao invés de restringir, facilitar a vida de todos, embora ainda não se saiba muito bem através de qual maneira isso se fará.

Cerveja sem lúpulo

O MAPA entende que fica a critério de cada fabricante a inclusão ou não da quantidade dos IBU´s  (medida internacional de amargor) nos rótulos de cada cerveja, como já acontece atualmente. Contudo, o órgão irá estudar uma forma de validar tal informação, a fim de que os consumidores não sejam enganados por uma eventual “inflação” de IBU´s inexistentes como forma de marketing enganoso.

Uma novidade bastante interessante é a disposição do Ministério em admitir cervejas sem adição de lúpulos, hoje uma obrigação legal em todos os estilos. Propôs- se, então, uma categoria chamada “gruitbier”, em alusão ao gruit, antiga mistura de especiarias usada na Idade Média para aromatizar a cerveja, antes da “descoberta” dos benefícios do lúpulo pela monja alemã Hildegard Von Bingen.

Na carona da gruitbier, será também analisada junto à Anvisa a possibilidade da inclusão sem obstáculos de especiarias diversas na cerveja, como pimenta, gengibre, loiro, mostarda etc.

Acompanhe esse Blog! Daqui a pouco, mais notícias fresquinhas direto da mesa de reuniões do MAPA!

Cervejeiros e técnicos reunidos na sede do Ministério da Agricultura em Brasília.
Foto: Marco Falcone


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