Esta história foi enviada de Genebra, na Suíça, pelo confrade brejeiro Michel Wagner e relata um encontro antológico que tivemos – pontualmente – em Bruges, na Bélgica, numa tarde qualquer de 2004. O que aconteceu depois foi uma festa pantagruélica de cervejas belgas abatidas.
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Naquele final de tarde de verão, sentado na praça central de Bruges, sorria como um menino que espera a turma do foot! Já estava lá há alguns 10 minutos, vinha de Amsterdam de trem.
Tinha marcado ali, ao lado da catedral às 18 horas, com os quatro malucos que também chegariam de trem de Paris e que eu havia encontrado dez dias atrás em Genebra numa memorável noite degustativa após terem atravessado metade da Europa com visitas pontuadas a bares e restô´s anotando cada cerveja degustada!
Sentado no degrau do chafariz central da praça, me divertia sozinho observando o vai e vem de estudantes, turistas e moradores locais que desenhavam a dança do final de tarde cotidiano desta cidade belga medieval e deliciosamente “malteada”. Naquele momento, ao mesmo tempo que atrasava meu desejo de degustar uma Garre que estava a apenas dois (DOIS) minutos após do chafariz do meetpoint, me deliciava com a idéia de explorar esta pequena “Roma da cerveja” com estes confrades muito bem informados daquilo que estavam bebendo!
Acontece que neguinho vinha de Paris!… E vinham com certeza de uma balada degustativa avassaladora e assim já me preparava para algumas meias horas de espera!
Mas para minha surpresa, logo após ouvir os sinos da catedral que tocam as notas de Mozart em suas badaladas, avisto no fundo da praça o primeiro confrade puxando sua mala com cara de neguinho na multidão procurando neguinho na multidão.
Foi impressionante e inesquecível assistir a chegada triunfante de Ricardo, Guilherme, Daniel C. e Mauricio na praça central com expressões atingindo ao limite do lisérgico para não denunciar o grau de ressaca e as marcas da longa viagem que superaram esses Senhores! Seria quase uma heresia chegar “ressaquildo” no templo da cerveja bem fermentada, mas para esses estudiosos fazia parte de um cotidiano duro e corajoso, com escalas importantes e bem elaboradas!
Michel Wagner, de Genebra, Suíça, para o BREJAS.
(Este texto foi redigido ao sabor de uma St. Bernardus Pater 12, seguida da Westmalle Dubbel e uma Palm Speciale pra arrematar)
Brejeiros Daniel C., Michel Wagner e Ricardo Sangion em Bruges, na noite memorável relatada acima. Sim, a cerveja que está na mão do Daniel é uma Chapeau Banana Lambic…