Acabam de ser anunciadas as cervejas vencedoras do concurso Great American Beer Festival, ocorrido em Boulder, Colorado (EUA). Realizado pela Brewers Association, entidade que representa a maioria das cervejarias artesanais americanas, neste ano o certame reuniu números recordes.
Foram nada menos que 3.930 cervejarias artesanais, todas americanas, competindo por 248 medalhas em 134 estilos e subestilos de cerveja, um aumento de 11% de inscrições em relação ao ano passado. Ajudaram a selecionar as brejas 167 juízes, de nove países.
No festival de premiação, que ocorreu no último final de semana, estiveram presentes 466 cervejarias, servindo 2.375 brejas diferentes para os milhares de visitantes. Pra dar conta do recado, aproximadamente 3.300 voluntários puseram as mãos às torneiras.
Superlupuladas ainda dominam
Cervejas “da moda” há alguns anos, ultimamente as brejas com mais carga de lúpulos vêm perdendo admiradores nos Estados Unidos. Todavia, ainda são as rainhas da preferência dos microcervejeiros de lá. As cervejas do estilo American India Pale Ale foram novamente as campeãs de participação no concurso, com 176 inscritas. As amarguinhas foram seguidas de perto por uma das novas manias dos artesanais gringos, as Wood and Barrel-Aged Strong Beers, ou cervejas alcoólicas maturadas em barris de madeira, com 118 inscrições. Os números mostram as tendências da Nova Escola Americana.
As grandes vencedoras desse ano foram as cervejarias Sun King Brewing Co. e Firestone Walker Brewing Co. com, respectivamente, 8 e 6 medalhas.
Inveja branca
O gigantismo do Great American Beer Festival, no qual só podem concorrer cervejarias de dentro dos Estados Unidos e de Porto Rico, encontra um triste contraponto quando olhamos pro lado de cá do Equador. Pressionadas pela perversa carga tributária brasileira, as cervejarias artesanais que realmente honram o nome ainda são poucas, talvez em número insuficiente pra justificar um concurso nacional. E nossa cultura cervejeira ainda patina na ideia ogra do monoestilo de massas feito pra ser consumido às catadupas e “estupidamente gelada”.
Dá inveja, sim, dos gringos. Mas, como otimistas incorrigíveis, temos de olhar para o que temos, e nem tanto para o que não temos. Nossa evolução, ainda que a passos de cágado, é evidente. Há 5 anos pouca gente falava de cervejarias artesanais brasileiras, e hoje elas ganham prêmios no exterior.
Mas não tem jeito… É olhando pro Tio Sam que temos a exata noção do quanto ainda temos a evoluir…
Leave a Reply
You must be logged in to post a comment.