As brejas da Cervejaria Wäls sempre frequentaram este blog.
A Wäls Dubbel é uma autêntica Strong Ale de inspiração trapista que deixa várias belgas pra trás, com notas bastante perceptíveis de castanhas, nozes, frutas cristalizadas, além de sugestões de café e chocolate. A Wäls Tripel tem percepções de damascos, maltes, leveduras e sementes de coentro. A nova Wäls X-Light é magistral àquilo que se propõe por ser uma Pilsner que se diz “light” mas que de light não tem nada (ainda bem…), e a Wäls Pilsen é, na humilde opinião desde escriba, simplesmente a melhor Pilsner brasileira.
A cervejaria mineira sofreu um duríssimo golpe em fevereiro de 2009, quando faleceu o cervejeiro Tácilo Coutinho, o “cérebro” por trás do invejável portfólio da Wäls. Foi ele quem desenvolveu receitas, métodos de fabricação e alguns maquinários até hoje imprescindíveis à fábrica.
BREJAS esteve na Cervejaria Wäls no último dia 22/08, percorrendo a nascente Rota Cervejeira de Belo Horizonte, e o que vimos foi um cenário altamente inspirador. Em que pese a sentida ausência do grande mestre Tácilo, a cervejaria vem se renovando sem perder sequer um tiquinho da excelência habitual.
A alegria por essa renovação está estampada nos rostos de Miguel, Tiago e José Felipe Carneiro, pai e filhos, que hoje comandam a Wäls. E os motivos são pra lá de alentadores. Além da crescente procura pelos rótulos já consolidados, há novidades interessantíssimas a caminho. BREJAS obteve autorização da família cervejeira para trazê-las aos nossos leitores.
A primeira é que a Wäls Dubbel está sendo lançada no mercado em garrafas de 355 mililitros com vedação a rolha de cortiça, sistema que também é utilizado nas belíssimas garrafas de 750 mililitros da breja, as quais talvez sejam as mais belas embalagens do mercado nacional. Mas essa não é a principal novidade.
Nos próximos meses, nascerá Wäls Quadruppel, a primeira nacional dentro do estilo. Refermentada na própria garrafa, a breja será maturada com chips (pequenos pedaços) de de carvalho, transferindo os toques amadeirados em seus aromas e sabores. Pensa que acabou? Pois antes de serem utilizados na breja, esses chips serão, por sua vez, também “marinados” em cachaça mineira. Sim, você leu certo. Cachaça. E de qualidade.
BREJAS experimentou a nova cerveja em estágio de maturação, antes da refermentação na garrafa — e, portanto, sem carbonatação. Com estimados 11% de potência alcoólica, a breja já está simplesmente excepcional, ostentando a sua complexidade com percepções de uvas passas, frutas cristalizadas, ameixas e madeira de carvalho, claro.
O mestre Tácilo, lá de cima, degustando uma cervejinha no reino de Gambrinus, certamente está radiante de felicidade.
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