Começa aqui uma história sobre paixão por cervejas, em 3 partes. Os leitores do BREJAS poderão acompanhar a visão de um americano apaixonado por cervejas do Brasil, nesse cenário de artesanais e especiais.
Jon George tem 26 anos e mora em Villa Park, uma pequena cidade no sudeste de Los Angeles. Já degustou mais de 1.700 cervejas, incluindo diversas brasileiras e outras célebres cervejas de todo o mundo. Formou-se em geografia em 2009 e viajar é a melhor maneira que achou de combinar essas duas paixões.
O texto abaixo foi mantido com os erros de português comuns de um estrangeiro.
Como tudo começou
Nos ouvidos de um gringo, América do Sul é muitas vezes ignorada como um destino de cervejas artesanais. Até quem tem muita sorte pra tomar uma Baden Baden Red Ale são pouco em número. Como um amante das cervejas artesanais nos Estados Unidos, eu esperava que eu pudesse dar as cervejas do Brasil uma voz entre meus confradres. Minhas viagens pra o Brasil apresentaram a aventura na minha busca pelas melhoras cervejas daí. Foi uma aventura que eu me apaixonei.
Minha história começou em Montreal, Canadá. Foi a ultima semana em dezembro de 2006, e na pousada que eu estava, eu me apresentei para um colega de quarto, que é gaúcho. Ele se chama Tomas, e foi para Montreal por um programa de intercâmbio. Eventualmente, trocamos contato antes de voltarmos para nossas casas. Mantivemos contato, mas a minha primeira viagem para a terra do samba não ocorreria até janeiro de 2009.
Antes da minha viagem, eu comecei a adquirir um gosto pelas cervejas artesanais. Morando na Califórnia, tinha acesso a cervejas bem lupuladas. Com meu novo interesse, eu também estava interessado em degustar as cervejas brasileiras, e frequentando sempre os bares e lojas que vendem cervejas. Meu conhecimento do mercado brasileiro era pequeno; antes da minha primeira viagem, eu só tomei Xingu e Palma Louca. Tinha interesse em aprender sobre o mercado. Finalmente, a dia do meu voo chegou.
Finalmente pela primeira vez no Brasil
Após um voo longo durante a noite, eu cheguei muito fatigado ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. De todos os lugares que a minha experiência de cerveja no Brasil poderia começar, a primeira cerveja que eu tomei foi um chopp Devassa Loura dentro o bar Devassa, à dez horas da manhã. A experiência mais significativa foi o chopp; o colarinho grande e a textura cremosa dele. Lembrei um milkshake! Após o pint, tomei a India. Refrescante, mas menos lupulada que as IPA’s da minha terra. O tempo foi pequeno, mas a experiência foi grande. Ainda assim, tinha um outro voo, para Porto Alegre!
Porto Alegre
Cheguei em Porto Alegre e encontrei meu amigo. Eu pedi pra fazer algumas paradas. Primeira foi a loja especial Costi Bebidas. Quando entrei, eu tive minha primeira visão das marcas brasilerias, marcas que eu ouvi que eram boas e sem hesitação eu comprei; Wäls, Bamberg, Eisenbahn, Baden Baden, Backer, Dado, Colorado. Então, fomos ao Mulligan Irish Pub, onde eu tomei a famosa Eisenbahn Pale Ale na pressão. Durante a viagem, visitei outros bares e mais cervejas em Porto Alegre. Meu preferido de Porto Alegre (e meu preferido do Brasil) foi o Bierkeller, um bar com uma atmosfera que só fotos poderiam descrever, pessoas amigáveis, e comida caseira deliciosa (linguiça e queijo dentro do pão escuro, meu Deus!). Na verdade, foi a equipe do Bierkeller quem me recomendou uma cerveja “com muito lupúlo”, a Tcheca. Eles estavam certos! Instantaneamente, se tornou a minha brasileira favorita, e ainda é até hoje. A Abadessa, uma Gaúcha, foi excelente nos estilos alemãs (Export, Helles, Slava Pils).
Ainda assim, tinha uma surpresa para Tomas; cervejas americanas que trouxe. Eu compartilhei com ele cervejas da natureza simples, como Anchor Steam e Sierra Nevada Pale Ale. Também, trouxe cervejas que faz amantes de cerveja ficarem loucos, como Bourbon County Stout e Pliny the Elder. Me lembrei que Tomas disse que a Pliny the Elder tem o gosto de maconha, e ninguém gostou da Bourbon County Stout porque lembrou licor. No mínimo, esperei que eu pudesse partilhar minha paixão. Até Tomas admitiu que ele aprendeu que cerveja é mais que uma bebida alcoólica aguada como Skol.
São Paulo
Depois de deixar o Rio Grande do Sul, uma curta viagem para São Paulo me deu a oportunidade pra tomar a (agora) famosa Bamberg Rauchbier, que surpreendentemente tinha gosto que veio da cidade de Bamberg! Minha primeira degustação da Colorado Indica e Baden Baden Red Ale também ocorreu em São Paulo. Lugares como Frangó, Asterix, Tortula e agora fechado Bar Anhanguera estavam entre os lugares que fizeram a escolha de uma cerveja para beber muito difícil com a seleção que eles tinham. Como a minha viagem chegou ao fim, ainda tive a oportunidade de ir à Estação Eisenbahn dentro Aeroporto Internacional de Guarulhos e comprar uma deliciosa Eisenbahn Dunkel e então, um presente para um amigo na Califórnia.
O fim… ou apenas o começo
O primeiro capítulo da minha experiência brasileira chegou ao fim quando eu entrei no avião. Mas não seria o último. Ainda haviam marcas de cervejas a degustar, e toda uma cultura que eu estava ansioso para vivenciar mais uma vez. E com o rápido crescimento da cerveja artesanal no Brasil nesse momento, eu pensei que a minha próxima visita só poderia ficar melhor.
Por Jon George, um americano apaixonado por cervejas, especialmente as brasileiras. Quinta-feira que vem tem a Parte 2 dessa “saga”.
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