O “Caso Flying Dog”: Cerveja na ilha de Lost

flyingdoglabels

O seriado televisivo norte-americano Lost fez sucesso global e marcou época, tanto que até hoje, mais de um ano após seu fim, ainda existem os chamados “losters”, como são chamados os fãs da série. Apesar do furor, entretanto, a maioria dos losters mundo afora não escondeu a decepção com o último capítulo do seriado. É que, ao longo dos anos em que foram exibidos, os autores dos episódios foram criando tantos mistérios que, no final, acumuladas, as pretensas explicações não fizeram muito sentido, deixando uma infinidade de pontas soltas e perguntas sem resposta.

O nascente mundo das cervejas especiais do Brasil, quem diria, vive atualmente uma situação digna do seriado, tudo por conta das cervejas artesanais americanas Flying Dog e Anderson Valley, trazidas ao país pela Tarantino Importadora, empresa sediada na capital paulista. A partir de dúvidas sobre o prazo de validade das brejas, as Flying Dog deixarão de voar por estas bandas, pelo menos temporariamente.

No Fórum, a cizânia

O imbrólio começou há cerca de um mês aqui mesmo “em casa”, no Fórum do BREJAS, com um tópico aberto pelo forista Fernando Pacheco. Ele relatava que, num bar em São Paulo, havia encontrado cervejas Anderson Valley com dupla etiquetagem de prazo de validade, sendo que a segunda etiqueta, com prazo mais elástico do que aquele aposto pelos americanos, teria sido aplicada pela Tarantino.

No mesmo tópico, num primeiro momento, a importadora se manifestou dizendo que estaria verificando a denúncia. Dias mais tarde, já com a dúvida pairando também sobre as Flying Dog, anunciou que as etiquetas não haviam sido alteradas, e que possuía documentos que comprovariam a legalidade da segunda etiqueta, pontuanto que a data grafada pelos americanos seria a “data do frescor”, e não a data de validade. Concluiu escrevendo que aquele era seu “pronunciamento final”, e desde então, publicamente, não disse mais palavra.

As discussões subiram perigosamente de tom quando pipocaram acusações de “golpe” no Fórum, tanto que este escriba resolveu fechar o tópico por ofensa aos Termos de Uso do BREJAS, o qual proíbe imputações criminosas.

Ao invés de aquietar-se, o assunto ferveu ainda mais. Em resposta a e-mails que Pacheco trocou com os americanos da Anderson Valley — nos quais enviou, a pedido destes, o número dos lotes das cervejas –, estes assim se manifestaram em 11/2 (as mensagens originais, em inglês, encontram-se neste tópico):

“Fernando, nós determinamos que (as cervejas) que você comprou têm dois anos de idade. (…) Isto é suficiente para você conversar com o varejista para que você receba o seu dinheiro de volta.”

Cachorros voando de volta pra casa

Já com o pessoal da Flying Dog, a conversa foi mais séria e teve um final desastroso. Ao saber que suas cervejas não estavam chegando “frescas” ao país, a cervejaria decidiu simplesmente suspender a exportação dos cães voadores (o histórico dos e-mails está neste tópico):

“Chegou ao nosso conhecimento que nossa cerveja fresca não pode ser entregue de forma consistente para os nossos fãs no Brasil, devido às regulamentações do governo brasileiro e logística de transporte. Devido a algumas preocupações sobre a qualidade da nossa cerveja no Brasil, interrompemos novos embarques. É lamentável, porque recebemos muitos comentários positivos sobre a nossa cerveja no Brasil. Você (Fernando Pacheco) não deve se sentir pessoalmente responsável por isso.”

Detonada a bomba, o Fórum do BREJAS tem vivido dias especialmente movimentados, com cada participante se manifestando contra ou a favor da importadora e do forista, por vezes de forma exaltada. A discussão se espraiou no Twitter e no Facebook. Em comum, todos lamentam a interrupção das importações das Flying Dog, exemplo de cervejas da Nova Escola Americana, algumas rezando na cartilha das chamadas extreme beers.

Quem tem razão?

O BREJAS tem frequentemente entrado em contato com a Tarantino Importadora a fim de que esta apresente, enfim, as explicações e os documentos que diz ter comprovando sua boa-fé. Em última conversa, realizada ontem por este que vos escreve, a empresa disse que está orientada por seu advogado a apresentar os ditos documentos somente em juízo, no caso de ter que defender-se judicialmente de algum questionamento sobre a validade das cervejas que revende.

Já o forista Fernando Pacheco se manifestou, enviando o seguinte texto, publicado a seguir, na íntegra:

“Alguns meses atrás percebi que as cervejas que mais gosto, as americanas Flying Dog e Anderson Valley, estavam sendo vendidas com duas datas de validade à mostra. Uma da fabricante, já expirada, outra do importador, ainda válida.  Além de denunciar a má prática comercial da importadora no fórum do Brejas, entrei em contato com ambas as cervejarias para entender melhor o que estava acontecendo. Tanto a Flying Dog Brewery quanto a Anderson Valley Brewing Company afirmaram que as cervejas que eu havia adquirido já estavam vencidas (out of date) e não deveriam mais ser comercializadas. A situação chegou ao absurdo de ter comprado uma caixa de cervejas, que segundo a cervejaria, haviam sido fabricadas dois anos antes, mas ainda válidas segundo o importador.
Em sua única manifestação sobre a polêmica, o importador afirmou ter laudos laboratoriais que o autorizariam a extensão da data de validade das cervejas. Também dizem que as datas impressas pelos fabricantes seriam apenas indicação de frescor ´ junto ao consumidor no competitivo mercado americano´.  Se o mercado brasileiro não é competitivo, o padrão de qualidade do fabricante não precisa ser seguido?
 Infelizmente, logo após a minha manifestação junto a Flying Dog Brewery, a empresa anunciou que suspenderia a exportação de suas cervejas ao Brasil. Segundo a representante da empresa, a suspensão ocorreu devido a ´preocupação sobre a qualidade das cervejas vendidas no Brasil´.
Rapidamente fui transformado em bode expiatório, sendo responsabilizado pelo fim da Flying Dog no Brasil. Diversos apreciadores da Flying Dog e até alguns comerciantes exibiram a sua raiva contra mim, no twitter e no fórum do Brejas. Para essas pessoas errado é o consumidor por reclamar. É como se o importador fosse aquele amigo que nos faz um favor, trazendo do exterior, escondida na mala, aquela cerveja preciosa. E não se reclama de quem nos faz um favor.”

Mercado imaturo

Faz dois anos que estive nos Estados Unidos em viagem exploratória cervejeira, quando somente poucas pessoas por aqui falavam na incrível Nova Escola Cervejeira Americana. Aproveitando o interesse que o assunto suscitou, a Tarantino Importadora pegou rapidamente o gancho e começou a trazer ao Brasil, de forma pioneira, as primeiras brejas norte-americanas. Dê-se à empresa esse crédito.

Por outro lado, as manifestações contra o forista Fernando Pacheco, demonizando-o pela interrupção da importação das cervejas, são a prova cabal da imaturidade do novo mercado de cervejas especiais no Brasil. Diga-se o que se quiser deste país, mas as nossas leis de proteção ao consumidor são as mais avançadas do mundo. Pacheco fez o que entendeu ser cabível, questionando o que lhe pareceu ser uma irregularidade. O fez, inicialmente, com uma certa acidez desmedida, é verdade. Mas lembremos que, no direito consumerista, caso a questão avance até as vias jurisdicionais, o consumidor possui status de hipossuficiência, acarretando a chamada inversão do ônus da prova. Trocando em miúdos, é da importadora o dever de demonstrar que uma acusação é inverdadeira.

Na opinião deste escriba, a recusa da Tarantino em vir à público apresentar as provas de sua lisura no caso em questão é um tremendo erro estratégico. Isso porque, se há pessoas com visões imaturas do mercado cervejeiro especial, o consumidor brasileiro, em linhas gerais, está “adulto”. Uma acusação desse calibre, grave a ponto de, sendo verdadeira ou falsa, interromper toda uma linha de importações, deveria ser explicada. O BREJAS está absolutamente aberto pra isso, a qualquer tempo!

Não se está pregando aqui qualquer espécie de Jihad ensandecida contra empresas que, de uma forma ou de outra, lutam a duras penas para emplacar produtos com novos conceitos, como as cervejas especiais, sejam importadas ou artesanais nacionais. Todos bem sabem que, às vezes, parece que tudo conspira contra a cultura cervejeira e seus instrumentadores, principalmente as restrições governamentais e impostos escorchantes.

Entretanto, no caso em questão, a ilha de Lost cervejeira ainda guarda a maioria dos seus mistérios. O último episódio da série, pelo andar da carruagem, ainda precisa de um roteirista hábil que dê coesão às respostas insepultas.


Comments

32 responses to “O “Caso Flying Dog”: Cerveja na ilha de Lost”

  1. Apesar da comparação infeliz com Lost (sim, eu sou seriadomaníaco, lostmaníaco e adorei o final da série), o texto e o posicionamento foram perfeitos! Parabéns!

  2. Acampos Avatar
    Acampos

    Maurício:

    Nesse trecho do seu texto, acho que vc se confundiu:

    “As discussões subiram perigosamente de tom quando pipocaram acusações de “golpe” no Fórum, tanto que este escriba resolveu fechar o tópico por ofensa aos Termos de Uso do BREJAS, o qual proíbe imputações criminosas.”

    Já que o nome do post era “O Golpe da Validade da Anderson Valley” que foi dado pelo Pacheco e não após a denuncia como ficou entendido em seu texto.

    Acredito que talvez se a moderação tivesse sido exercida de forma correta e imediata, a situação não tivesse chegado onde chegou, penso que vc deveria ser uma pouco mais imparcial e um pouco mais cuidadoso em próximas ações no forum.

    Já que foi o primeiro a se posicionar quanto a foto da Tarantino e o último nã questão do uso da palavra GOLPE no forum.

    Acredito que a Tarantino tenha de se explicar e concordo com o que vc falou no texto quanto a isso, porém não concordo nem com a sua atitude nem com a atitude do Pacheco.

  3. Sandro Avatar
    Sandro

    É uma pena tudo o que está acontecendo, o consumidor nunca pode ser culpado por lutar por seus direitos. A Flying Dog agiu corretamente tirando seus produtos da importadora e acredito que em breve acontecerá o mesmo com a Anderson Valley. Perdemos os rótulos, mas ganhamos ao saber que uma andorinha faz verão, parabéns Fernando.

    Obs.: O site do Brejas está demorando demais para carregar nas últimas duas semanas, o que está acontecendo??

  4. Acampos,
    Respeito a sua visão, mas discordo totalmente.
    Basta verificar que, quando fechei o tópico no qual a Tarantino era acusada de “golpe”, fui duramente criticado por foristas que me acusaram de parcialidade e até mesmo de censura.
    Pra você ver que a imparcialidade sempre está nos olhos e nos corações de quem está de um lado ou de outro da história…
    Um abraço.

  5. Sergio Pimentel Avatar
    Sergio Pimentel

    Não me manifestei durante o tópico pois os animos estavam por demais exaltados, mas aqui acho que vale uma colocação.
    O Sr. Fernando está certo?? Na minha modesta opinião certissimo elevado a n potência!
    A importadora está certa?? Segundo ela e até agora perante a justiça, sim…
    O que acredito que devemos tirar desta contenda é que não podemos, enquanto consumidores, aceitar goela abaixo o que quer que seja. Se acreditamos haver algum tipo de “erro”, pois devemos tirar a limpo até estarmos totalmente convencidos.
    A melhor maneira de se mudar esse tipo de situação, na minha opinião, é primeiro tentar esclarecer os fatos (como foi feito, apesar do tom) e depois o boicote. Sim o boicote!!
    É o melhor “castigo” para situações como essa, se não tenho confiança então não compro, ou compro de outro, ou de outra marca.
    Somos nós que sustentamos toda essa cadeia, e quando os interessados perceberem que nós, que lhes damos o de comer, não estamos mais fiéis aos seus produtos, podem ter certeza que manisfetações e replicas virão.
    Mas aí alguém pode falar, mas eu gostava tanto daquela cerveja… Pois eu prefiro ficar sem a ter de pagar caro, por um produto vencido, sem predicados confiáveis.
    Me desculpem, mas se existe um prazo de validade é por algum motivo sério, senão não teria sentido coloca-lo.

  6. Gustavo Avatar
    Gustavo

    Acampos,

    Não concordei com o seu posicioamento quanto a exercer a moderação de forma mais efetiva. Todos sabemos que determinadas regras para discussão em fóruns existem e devem ser respeitadas. Somos todos adultos, deveríamos ser capazes de discernir o que é certo e o que não é na hora de comentar. Em um fórum como o do Brejas e dado que todos somos pessoas ocupadas com seus afazeres profissionais, fica complicado ficar monitorando todo e qualquer comentário que entre. Se assim o fosse, então o fórum deveria ser previamente moderado, permitindo somente posts aprovados. Todos tem que ser responsáveis por seus atos e palavras, não há como ficar culpando quem oferece o serviço.

  7. Sandro,
    A lentidão do BREJAS tem um motivo “bom”: O aumento de acessos, tantos que nosso atual servidor não está aguentando a demanda.
    Estamos em processo de migração para outro servidor mais potente, pelo que pedimos aos nossos leitores paciência e desculpas. Em alguns dias, o site voltará à normalidade.
    Um abraço.

  8. Marcelo Ricardo Monich Avatar
    Marcelo Ricardo Monich

    Parabéns ao Fernando por nos representar com tanta coragem.
    O consumidor merece respeito. As fábricas também.
    Chega de “jeitinho brasileiro” para garantir bolso cheio.
    Parabéns Maurício pelo resumo e posicionamento.

  9. Acampos Avatar
    Acampos

    Maurício:

    Também respeito sua opinião, porém, voce levou 5 dias para editar uma mensagem (onde claramente ofende aos Termos de Uso do BREJAS, o qual proíbe imputações criminosas) que gerou todo essa situação, pois acredito que se acionados de uma forma menos agressiva, infantil e irresponsável, a Tarantino teria tomado um rumo diferente na conversa ao invés de se resguardar e não responder a provocações.

    Não estou defendendo a Tarantino, só acho que no futuro, quando acontecer algo do gênero, devemos com um pouco mais de maturidade, expor nossas idéias.

    E acredito que vc como moderador do forum deveria tomar mais cuidado nesse tipo de assunto.

    Abraços

  10. Alessandro Pinesso Avatar
    Alessandro Pinesso

    Acho importante que tudo seja esclarecido e que tenhamos novamente o prazer de ter as Flying Dog no Brasil e, de preferência, dentro do prazo de validade estipulado pelo fabricante. Desejo o melhor a todos os envolvidos e que tudo termine em um belo brinde para encerrar a questão.

  11. Simon Adebisi Avatar
    Simon Adebisi

    Maurício, você vendia as Flying Dogs no Bar Brejas? Continuou vendendo depois da denúncia do Pacheco? Em caso afirmativo, porque as vendia mesmo acreditando que poderiam estar realmente vencidas?

  12. João Pimentel Avatar
    João Pimentel

    Os bem-aventurados empresários/empregados da TARANTINO mostraram muito bem a sua visão a respeito do que pensam dos consumidores com a foto postada no twitter na qual AGRIDEM vergonhosamente o Sr. Fernando Pacheco, especificamente, e TODOS OS CONSUMIDORES daquelas cervejas, no geral. Qualquer apreciador com mínimo de percepção sensorial deve ter notado que as cervejas da Flying Dog e da Anderson Valley não estavam nas melhores condições (por exemplo, com menos sabor de lúpulo do que o esperado). Isso pode ser chamado de “falta de frescor“ ou o que a importadora Tarantino quiser. No meu ver, é sacanagem com os consumidores, adulteração, crime, já que cervejas FORA DA VALIDADE foram comercializadas. Sabe-se lá que vantagens a importadora conseguia trazendo tais garrafas. No mais, acho que não haverá réplica mesmo. Quem não tem razão fica quieto ou fala bobagem, e bobagem eles já falaram bastante (e fizeram também), então é melhor se calarem PARA NÃO SE QUEIMAREM MAIS.

  13. Milu Lessa Avatar
    Milu Lessa

    Então a acusação (veraz) do Pacheco sobre a adulteração da data de validade é “agressiva, infantil e irresponsável”? Por um momento pensei que o Acampos estivesse falando da foto da Tarantino dedicada ao Pacheco via Twitter…

  14. Karine Avatar
    Karine

    Parabéns ao Fernando Pacheco e ao Brejas.

    Eu me surpreendo como existem pessoas que, aparentemente, preferem ter um produto de “baixa qualidade” a não tê-lo. Se o fabricante determina a data de frescor do produto, que seja respeitada.

    Acredito que um maior prazo de validade talvez não faça mal à nossa saúde, e seja uma questão puramente comercial (importação de uma maior quantidade de um determinado produto a taxas mais baixas, sei lá). Mas faz mal ao paladar, visto que o sabor com certeza já não é o mesmo.

    Talvez o menos incorreto seria exibir para o consumidor a data de validade que mantém o frescor e a data de validade final (02 anos). Aí a escolha ficaria a critério do consumidor. Isso pra mim é respeito ao consumidor.Mas sabemos que a prática é outra. Seja em relação a cerveja ou a qualquer outro produto que consumimos.

    Acho que nós, consumidores e apreciadores de boas bebidas, deveríamos ser gratos ao Fernando, e não “acusá-lo”, como percebi durante essa história toda.

  15. Thiago Avatar
    Thiago

    Coleciono garrafas e fui dar uma verificada nas minhas garrafas flying dog após ler o post… porém, as minhas são importadas pela Getec Comércio e Importação ltda. de Vitória-ES e não parece ter nenhum sinal de ‘irregularidade’. Foi comprada no ano passado e a validade que consta é 18/01/2011 … Se é que eles ainda importam, podemos sonhar que ainda sejam importadas pra cá … ou não…

  16. Simon,
    Claro que sim! Tanto o Bar Brejas quanto todos os demais pontos de venda. Até agora não tive notícia de nenhum que tenha rejeitado as cervejas.
    De acordo com a lei, o comerciante de produtos importados deve seguir a rotulação fornecida pela importadora, em português. Nem mesmo o fiscal de Vigilância Sanitária pode apreender mercadorias importadas com base no rótulo do fabricante, em inglês. Esse é de competência exclusiva das autoridades de importação, jamais do comerciante final.
    Sou favorável à tese de necessidade de maior transparência por parte da Tarantino mas, até prova em contrário, sigo o que a lei brasileira determina. Não vivemos em estado de exceção. Problemas ou dúvidas havendo, é da importadora a responsabilidade objetiva por qualquer irregularidade, não dos pontos de venda.
    E mais: Em nenhum momento disse que “acreditava que as cervejas poderiam estar realmente vencidas”, essa informação não é verdadeira.
    O Bar Brejas continuará, até ordem oficial em contrário, a comercializar as cervejas em questão que estiverem dentro do prazo de validade segundo as informações da importadora, assim como procede com todas as demais cervejas.
    Um abraço.

  17. Acampos Avatar
    Acampos

    Nossa que incrível, em alguma coisa eu concordo com a maneira de pensar do Fernado Pacheco:

    Segue comentário postado por ele no tópico “Desabafo de um cervejeiro”:

    “Talvez seja a hora do fórum do brejas ter uma moderação mais presente, e que os usuários mantivessem a discussão sempre dentro do assunto do tópico. Afinal sempre podemos abrir outro tópico para outro assunto.”

  18. Leon Avatar
    Leon

    Não costumo me pronunciar, mas pela segunda vez, vejo necessário tornar meu comentário público.

    Como nosso colega Pacheco bem disse “Talvez seja a hora do fórum do brejas ter uma moderação mais presente” afinal, essa discussão nunca teria acontecido em algum outro fórum como o RateBeer ou BeerAdvocate.

    Alguém já tomou uma Flying Dog vencida? Não mata, não desintegra sua língua e nem tem gosto de terra adubada, acreditem. Ela pode não ficar tão saborosa e rica quanto fresca, mas continua MUITO mais interessante que uma itaipava de selinho ou uma Belco Chopp Pet.

    Com seus argumentos falaciosos nosso estimado colega pode levar ao engano os que lêem a briga pela primeira vez. Ok, tinham duas etiquetas na garrafa com validades diferentes e isso teve uma razoável explicação. No mais há testemunhas que viram os papéis que legitimavam a cerveja, que foram mencionados nas declarações dadas ao fórum.

    O que é pior: pessoas que não sabem articular argumentos resolvem aparecer e simplesmente tumultuar uma discussão – e isso é algo que sempre é mencionado por alguns foristas, inclusive na mensagem acima citada – como se estivessem em uma briga doméstica. Isso sim é ridículo.

    Este fórum não deve ser mais tomado como referência. As discussões que persistem no site, cada dia mais, contribuem para uma degradação cada vez mais profunda da cultura cervejeira no Brasil.

    CHEGA DE MOLECAGEM!!! Internet não é brinquedo. É um espaço público.

  19. marcelo Avatar
    marcelo

    peraí, agora fiquei confuso!
    primeiro descascam o eap pq estaria vendendo cerveja supostamente vencida. que data de frescor isso e aquilo, e-mail pra cervejaria, importação suspensa.
    agora diz que pode vender sem rpoblema e que enquanto a importadora nao disser que está vencida pode vender de boa???????????????????

  20. Marcelo,
    QUEM “descascou o eap”???
    Não foi este escriba, tampouco o BREJAS, nem o Bar Brejas.
    Por favor, preste atenção antes de escrever tentando colocar palavras na boca de quem não as proferiu.
    Um abraço.

  21. Sergio Pimentel Avatar
    Sergio Pimentel

    Pô…mas tem umas pessoas que tem que desenhar…ficam instigando uma discussão a toa…
    Como falou nosso amigo ai em cima : Chega de molecagem!!
    Se o EAP, o Brejas, o FPD ou o raio que o parta quer vender a cerveja, pois que venda…a premissa É SUA de comprar ou não…NINGUÉM LHE OBRIGA A COMPRAR NADA DE NINGUÉM!!!!
    Assim como tem gente que não vê problema em tomar cerveja vencida outros vêem, é o gosto de cada um.
    Cabe a VOCÊ decidir o melhor para você, como eu falei o boicote é o melhor castigo. Eu, além de não comprar mais as FDog ainda vou começar a prestar mais atenção em todas as outras adquiridas daqui por diante.
    Faça o mesmo em vez de ficar incitando uma discussão menor e sem sentido!!

  22. Fernando M Pacheco Avatar
    Fernando M Pacheco

    Nunca foi dito nesta discussão que a cervejas com dupla validade estivessem impróprias para o consumo. O problema da dupla validade é enganar o consumidor, vendendo um produto em desacordo com o padrão determinado pelo fabricante. Considero isto uma má prática comercial na medida que é a credibilidade da marca que estampa o rótulo que a validade visa preservar, e é produtor quem tem o melhor conhecimento sobre o produto para determiná-la. O fabricante não teria nenhum interesse em determinar uma validade prematura, reduzindo a vida útil de seus produtos. Eu pergunto quem aqui já encontrou qualquer outra cerveja importada, ou mesmo qualquer produto alimentício importado com dupla validade? Eu nunca vi e acredito que não seja uma prática comum.

  23. Olá amigos do blog e do forum , sou apreciador de cervejas e gosto muito da anderson e da flying, já tive o przer de comprar essas cervejas em algumas promoções por ai com preços ótimos de até 1, 90 reais , justamente por conta da validade…tenho atualmente umas tres flyng dogs vencidas na minha geladeira e me parece que o sabor da cerveja é o mesmo….Gostaria de apenas realiza uma crítica em relação a tarantino em relação ao abuso de preços que a importadora faz em relação aos seus produtos, que são sempre os mais caros do mercado de cerveja especial e deste forma, se por ventura, eles estão simulando uma nova data de validade, considero um absurdo,visto que, deve se, para vender um produto no mercado, manter uma lisura em relação ao mesmo, ainda mais com o preço que a importadora prática em relação aos seus produtos.

  24. Giovani Avatar
    Giovani

    Lei brasileria avançada? Só se o ‘avanço’ for no sentido de tratar o consumidor como um idiota que não tem condição de decidir o que é bom ou não, permitindo que todas empresas sejam processadas por qualquer besteira (sempre com a citada inversão de ônus, que gera custos que vão se somar aos já sufocantes impostos). Se não temos mais cervejarias fazendo boas cervejas hoje entre os culpados estão as ‘leis de proteção ao consumidor’.

  25. Emilio Avatar
    Emilio

    Na minha humilde opiniao, o F. Pacheco quis se aproveitar da situaçao e ser polêmico. Para ter ibope e ser falado, pois não consegue se mover por conta própria, pois nao eh bom o bastante para tal.
    Ele fala em defesa do consumidor e que gosta da marca, mas ao inves de buscar uma soluçao pacifica com a importadora, para saber a ÚNICA verdade, ele quis jogar no “PAU” e ver o resultado na internet, em um blog!
    Não tiveram favorecidos nessa atitude pois todos nós saimos perdendo.
    Não é dificil imaginar que um grupo americano( não todos) desmereça qualquer negócio no brasil, é? eles acaham que temos gorilas na rua, e que a amazonia é mundial. tinham cervejas no estoque e venderam, após o pagamento nao iriam se preocupar com nada, eles nao dão a mínima.
    É facil criticar sem se informar. respeito o silencio e a atitude da importadora a nao colocar lenha na fogueira, nem ibope para os foruns. acredito que quando se manifestar será para colocar um ponto final na historia de uma pessoa qualquer de ma fé, que começou esta discuçao..alias, como se chama mesmo ? obrigado pelo prazer de ser polêmico e acabar com nossa alegria de abrir uma cerveja americana após o longo dia de trabalho!

  26. Emilio Avatar
    Emilio

    Fernando,vc fala em dupla data de validade, mas quem estipula uma data é o fabricante a outra, é um orgão público! ou seja…ligou o tico e teco ?

  27. Bruno Alves Avatar
    Bruno Alves

    Uma + outra = 2 = dupla.

  28. Mônica Avatar
    Mônica

    Quem frequenta o EAP sabe que o tal Pacheco é um rapaz que sempre ia lá sozinho, ficava bebendo e escutando mp3 sem nenhum amigo, sempre.
    Para externar sua revolta interior e tentar sair do ostracismo, acabou gerando toda essa polêmica, quem sabe pela primeira vez na vida ele teria atenção de alguém.
    A partir do ocorrido, está sendo obrigado a pagar caro em cervejas especiais, pois o único lugar onde as cervejas são baratas é no EAP, aliás, a maior carta efetiva de cervejas do Brasil.
    A brincadeira saiu muito mais cara do que ele imaginava, punição maior, não consigo imaginar…

  29. Emilio Avatar
    Emilio

    Ou seja, Não é a importadora.

  30. Karine Avatar
    Karine

    Muita gente vai continuar comprando, mesmo sabendo que provavelmente o gosto não seja tão puro. Ninguém vai, necessariamente, morrer, como disse o Leon. Talvez os ânimos estejam tão quentes pelo possibilidade de não termos mais as FD´s no Brasil.

    Tenho certeza que os estabelecimentos (EAP e outros) comercializaram os produtos baseados na data de vencimento final. E talvez (ATENÇÃO: não estou fazendo nenhuma afirmação) a importadora não tenha feito isso por má fé, e sim por pura questão comercial.

    Acho que a receita é “simples”: data de consumo sugerida pelo fabricante e data de vencimento final do produto, mas sem ser uma etiqueta em cima da outra, ou a marcação da data em local de difícil leitura, no meio do rótulo. Mas isso pra mim é transparência e respeito com o cliente-consumidor, e não posso ter a romântica atitude de pensar que todo comerciante vai ser honesto e transparente com o consumidor. Afinal de contas, vivemos no capitalismo selvagem.

  31. Alexandre Bleed Avatar
    Alexandre Bleed

    Na minha simples opinião Fernando Pacheco está corretíssimo.

    Abriu os olhos de colegas brasileiros apreciadores das cervejas em questão.

    Não discutirei o modo como realizou a acusação, pois não acompanhei a discussão de forma ativa…Mas o resultado foi positivo.

    A Tarantino errou por não vender as cervejas de seus fornecedores da forma como lhes era indicado (parecendo descumprir com o contrato de importação – dúvido que não havia cláusula que indicasse que a revenda no BRasil deveria se dar dentro do prazo de validade DELES). E, também errou, mesmo que a validade laboratorial não estivesse esgotada…

    Alguém comprou a cerveja com aviso “válida, mas não fresca”? Independete se estava dentro do prazo de validade ou não, se de acordo com eles não estava “fresca” deveria avisar seus consumidores.

    Fernando Pacheco não deve ser culpado pela interrupção das importações da cerveja, mas sim unica e exclusivamente a Tarantino que, no mínimo, não distribuiu a cerveja da forma correta e omitiu informações dos seus clientes.

  32. Henrique Braga Avatar
    Henrique Braga

    Acho que cumpre dizer também, que se verificado tal comportamento de alteração do prazo de validade pela Tarantino, esse comportamento é considerado crime pelo Código de Defesa do Consumidor (art.66). Entre os que podem entrar com uma ação contra a Tarantino, estariam as Associações (Acervas), tendo tal ação o objetivo de compensar os prejuízos sofridos. Ainda sobre o caso, escrevo isso somnete a título de informação, sem me posicionar contra ou a favor da importadora.

    Cheers,

    Henrique

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